Foto: Ricardo Stuckert/PR
do Metrópoles
O PT se prepara para uma das eleições mais acirradas dos seus 45 anos de história. Com cinco candidatos declarados, o processo eleitoral direto deve ter dois postulantes da corrente majoritária, além de concorrentes que defendem um posicionamento do partido mais à esquerda.
O favorito é o ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, que tem a benção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, dentro da mesma corrente, Construindo um Novo Brasil (CNB), o prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, também anunciou que lançará candidatura.
Além do racha na corrente majoritária, Romênio Pereira, do Movimento PT, Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e Rui Falcão, da Novo Rumo, também devem disputar as eleições internas. O primeiro turno, com votação de quase 3 milhões de filiados, está marcado para 6 de julho — já o 2º turno, se necessário, será no dia 20/7.
As eleições petistas estão envoltas de ataques, velados ou não, entre os candidatos. Uma das principais polêmicas envolve o uso de jatinhos por Edinho Silva para viajar pelo país em campanha. Recentemente, ele admitiu que usou o avião de um produtor rural filiado ao partido para viajar para o Centro-Oeste.
Rui Falcão, sem citar nenhuma outra candidatura para não “personalizar o debate”, disse ao Metrópoles que irá antecipar o seu registro como candidato para usufruir do direito de dez viagens bancadas pelo partido aos candidatos em campanha.
Outra preocupação externada por aliados de Edinho é um inchaço de filiações do PT no Rio. Em março, a Secretaria Nacional de Organização do partido divulgou 340 mil novos filiados ao partido.
Boa parte das adesões ocorreram no Rio de Janeiro, com destaque para Maricá, cidade que Quaquá assumiu a prefeitura em 2025, após se licenciar da Câmara dos Deputados. O número é visto com desconfiança por aliados de Edinho pois, apesar de o PT vencer as eleições de Maricá, Lula perdeu para Jair Bolsonaro no município na eleição presidencial de 2022.