Foto: Priscilla Melo/DP
Por incrível que pareça, boa parte dos prefeitos não tem mais o temor de antes em relação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Sivaldo Albino (PSB), de Garanhuns, participou da abertura do Seminário Novos Gestores Municipais, promovido pelo TCE, nesta terça-feira (18), e disse que hoje existe uma relação mais próxima entre o órgão fiscalizador e as gestões municipais. Na sua opinião, a forma adotada para orientar os gestores, ao invés de partir para a punição, vem sendo de grande valia.
A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), garante que o TCE é visto como “um órgão parceiro, que vai além da fiscalização”. “As orientações e aconselhamentos melhoram muito a eficiência das ações”, salientou a petista.
Carlos Santana (Republicanos) está no quinto mandato em Ipojuca e disse que acompanhou essa evolução do Tribunal de Contas. Ele é do tempo em que não tinha muito perdão. Não é que os conselheiros e auditores estejam passando a mão na cabeça dos prefeitos, mas Santana assinala que há uma relação melhor e mais diálogo.
O vice-prefeito do Recife, Victor Marques (PCdoB), está no cargo pela primeira vez, mas foi chefe de Gabinete do prefeito João Campos (PSB), no mandato anterior. Segundo ele, “as exigências são maiores e nós trabalhamos para alguém que exige da gente”. “Os problemas de Olinda são diferentes do Recife e os do Recife são diferentes do Sertão. Cabe aos órgãos de controle entender e orientar. Esse evento para a gente é muito importante. Só tem medo do TCE quem não tem base técnica para se defender”, ressaltou.
Pernambuco tem 184 municípios e pouquíssimos têm condições financeiras de montar equipes de alto gabarito. O Recife e até o Governo do Estado sempre recorrem ao próprio TCE e outros órgãos na formação do secretariado, justamente por deficiência de profissionais que aceitem ganhar relativamente pouco.
Presidente do Tribunal, Valdecir Pascoal relatou que o resultado dessa parceria faz com que apenas 13% dos pareceres sejam pela rejeição das contas. “Não há nada para temer. Queremos respeito, mas tudo dentro da lei”, afirmou. “Nosso olhar é cada vez mais pela eficiência e qualidade, para transformar a vida do cidadão, através da avaliação de políticas públicas, análise preventiva e termos de ajustes”, acrescentou.