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O declínio partidário

 

Por Hely Ferreira

Não é de hoje que a falta de credibilidade e consequentemente de indiferença com relação aos partidos políticos tem feito parte de grande parcela da sociedade. O fenômeno não é algo restrito ao Brasil. Entretanto, por aqui há indiferença do eleitor, acompanhado da ausência de identificação de boa parte dos detentores de mandato e que por causa do art. 14, parágrafo 3°, inciso V da CF/88, tem que se filiar a um partido para ter elegibilidade.

Em meio à crise partidária e consequentemente da democracia, há um fenômeno no Brasil que deve ser olhado com olhar mais acendrado. Fruto do Ato Institucional n°2, durante o regime militar, o MDB serviu de amparo para os insatisfeitos com o governo, sendo praticamente o único canal oficial de oposição. O tempo passou a anistia chegou e o MDB permaneceu vivo (Apenas acrescentou em um período a letra P). Embora vivamos outro momento histórico, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral, há mais de 15 milhões de eleitores filiados a algum partido. O partido com maior percentual é o MDB (12,95%). Em seguida aparece o PT (10,18%) e logo depois o PSDB (8,31%). Os números apresentados nos reportam a tirarmos algumas lições. A primeira, é que apesar do surgimento de tantos partidos, o MDB consegue se reinventar; a segunda, é que entre os três partidos com o maior número de filiados, o PT foi o único que cresceu com todo o desgaste que sofreu nos últimos anos. Parece o Santa Cruz que mesmo com um desempenho capenga no futebol nacional, segunda a última pesquisa divulgada, foi o que mais ganhou torcedores entre os jovens, crescendo percentualmente igual ao Vitória e o Fortaleza. Por fim, o PSDB que embora não tenha conseguido emplacar uma candidatura com densidade eleitoral no âmbito nacional, permanece entre os maiores do Brasil.

Olinda, 28 de novembro de 2023.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.

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