A nomeação do procurador federal Gilberto Waller Júnior como presidente do INSS, anunciada nessa quarta-feira (30), aumentou a temperatura da fritura do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. No meio político, a avaliação é que a permanência dele no cargo é insustentável, após a sua omissão em relação às denúncias de cobranças indevidas a aposentados e pensionistas. O volume da fraude, iniciada em 2019, cresceu de forma absurda desde 2023. Isso é o que informam a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal.
No momento em que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PDT), decidiu escolher o substituto de Alessandro Stefanutto, deixou claro que Carlos Lupi perdeu completamente a força. Stefanutto chegou a ser protegido pelo ministro, assim que as denúncias chegaram ao seu conhecimento.
O fator político pesa a favor de Lupi, por ele ser presidente nacional do PDT, um dos partidos mais fiéis ao Governo Lula. Por conta da possibilidade de demissão, os 17 deputados federais ameaçam desembarcar da base aliada. O PDT é um aliado histórico e ano que vem teremos eleições gerais, com Lula tentando ser reeleito.
Entre políticos próximos a Lula, a escolha por Carlos Lupi para o Ministério da Previdência Social teria sido forçada pelo próprio ministro, já que é o dirigente nacional da sigla pedetista. A primeira opção seria o ex-deputado federal pedetista Wolney Queiroz, que é o secretário executivo. Seu nome agora é cogitado para o cargo de titular, caso Lupi seja demitido.
As cobranças indevidas aos aposentados e pensionistas somam R$ 6,3 bilhões e envolvem 29 entidades, conforme as investigações. Algumas delas sequer estrutura têm para atender aos clientes. O Governo Federal assegura que todo o dinheiro será devolvido às vítimas da fraude, mas ainda não esclareceu como será.
