Os votos do deputado João Paulo e dos demais petistas Doriel Barros e Rosa Amorim favoráveis ao projeto do Governo Raquel Lyra referente ao fim das faixas salariais dos policiais e bombeiros militares, ainda repercutem nesta quarta-feira (8). Durante entrevista à Rádio Jornal, João Paulo disse que a bancada votou consciente e criticou o PSB por ter atuado contra a proposta. “Há uma ânsia do PSB de voltar ao Governo e não podemos antecipar esse processo”, disse.
Na sua opinião, isso se dá porque a governadora Raquel Lyra (PSDB) tem dificuldades políticas, enquanto o prefeito do Recife, João Campos (PSB), vem crescendo no quesito popularidade. “Não apoiei Raquel, estive com Marília Arraes no segundo turno, mas temos que garantir a governabilidade. João Campos vem numa crescente e querem antecipar. Essa antecipação é prejudicial”, alertou. “Querem insinuar que o voto do PT foi por uma aliança com a governadora. Isso é até um ato criminoso”, disparou.
João Paulo ressaltou que o projeto substitutivo apresentado pela oposição, propondo antecipar em um ano o fim das faixas salariais, era inconstitucional porque deputados não podem legislar sobre remuneração de servidores públicos. O petista afirmou que venderam uma ilusão às duas categorias e que, se essa proposta fosse aprovada, o Governo iria judicializar.
Com isso, os policiais e bombeiros ficariam sem reajustes salariais neste ano. Ele ressaltou que não se poderia prejudicar os trabalhadores por conta de uma eleição que só acontecerá daqui a dois anos.
O deputado também refutou as especulações de que estaria agindo para se tornar candidato a prefeito do Recife. João Paulo salientou que o PT não terá candidato próprio e o objetivo é ocupar a vice de João Campos. “O PT continua conversando com o PSB para compor a chapa majoritária, apesar de se falar que eles não querem o PT na vice”, provocou.