Foto: Alepe/ Divulgação
O deputado estadual João Paulo é a principal voz do PT que deixa clara a insatisfação com a escolha de Victor Marques (PCdoB) para vice do prefeito João Campos (PSB), no Recife e, nesta quarta-feira (6), voltou a fazer críticas. Ele alertou, durante entrevista à Rádio Folha, que “a militância está triste” e isso poder colocar em risco o engajamento na campanha do socialista. O petista reconhece a liderança folgada de Campos nas pesquisas, contudo também avisou que “nem tudo que reluz é ouro”.
“A nossa militância está triste pela não participação na vice. A militância do PT está triste e abatida. As principais lideranças estão insatisfeitas, só não falam”, comentou. Também recordou que quando o PT comandou a Prefeitura do Recife, João da Costa, o vice foi o socialista Milton Coelho.
Mais adiante insistiu na tristeza da base petista porque “o pleito era a vice”. E lembrou que o presidente Lula já investiu R$ 1,5 bilhão no Recife.
João Paulo também rememorou as eleições de 2022, quando o PT aprovou o apoio ao candidato do PSB para governador, Danilo Cabral. “Espero que não repita o efeito Danilo, que o PT tomou uma decisão e a base não foi. Tenho ouvido muita gente dizendo que não vota no prefeito”, disse. “Danilo só não ficou em último lugar por 8 mil votos”, acrescentou.
O deputado comentou que João Campos, por liderar amplamente as pesquisas de intenção, “se viu no direito de dizer não a Lula. Por conta disso fez o alerta: “Nem tudo que reluz é ouro”.
O petista salientou que as eleições no Recife têm influência grande do PT, da insatisfação da base do partido, da força do bolsonarismo e tem o candidato apoiado pelo Governo do Estado, que é Daniel Coelho (PSD). Além da candidatura de Dani Portela (Psol), que, na opinião de João Paulo, “vai ocupar um espaço maior”.
Ele não esconde a simpatia por Dani, até porque a deputada disse que implantará o Orçamento Participativo no Recife, caso seja eleita. O OP foi uma das marcas da gestão de João Paulo.
O deputado contou, inclusive, que foi chamado de “melhor prefeito” do Recife, na convenção que homologou a candidatura de João Campos, o domingo passado. Na entrevista, inclusive, João Paulo disse: “Não considero que a cidade está boa, quando morreram 51 pessoas”. Ele se referiu ao desastre ocorrido em maio de 2022 e João Campos já era prefeito do Recife, dando continuidade aos oito anos de governo do PSB.
