Foto: Rafael Vieira/DP
A permanência do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, no cargo é considerada complicada, após a revelação do escândalo envolvendo cobranças indevidas dos aposentados e pensionistas. A fraude é estimada, de acordo com a Polícia Federal, em R$ 6,3 bilhões. Nesta segunda-feira (28), o presidente nacional do PT, senador Humberto Costa, disse que cabe ao presidente Lula (PT) decidir se fará a troca de comando no Ministério. Mas garantiu que qualquer tipo de irregularidade não é aceita no Governo.
“Não tenho elementos para dizer se o ministro Carlos Lupi cometeu algum deslize, mas o presidente Lula não tolera qualquer tipo de irregularidade. Se teve alguma participação de Lupi, ele terá a oportunidade de se defender. Acredito que Lula vai ouvi-lo”, disse Humberto ao Blog Dantas Barreto.
O senador ressaltou que a fraude teve início no Governo de Jair Bolsonaro (PL) e que as providências foram tomadas no Governo Lula. “Os aposentados serão ressarcidos, haverá apuração e a Justiça vai cuidar disso”, assinalou o presidente do PT.
Após a Operação Sem Descontos, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto foi afastado e, em seguida, exonerado do cargo a contragosto de Carlos Lupi.
A farra dos descontos foi revelada pelo Metrópoles, o que levou a PF a instaurar o inquérito para investigar os descontos de mensalidade associativa feitos sem a autorização dos aposentados por entidades registradas em nome de laranjas.
Em março do ano passado, o Metrópoles revelou, a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), que 29 entidades haviam ampliado de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões o faturamento com desça por mês, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto respondiam a 62 mil processos em todo o país movidos por aposentados que as acusavam de fraude nas cobranças.