Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Do Correio Braziliense
O governo federal está em busca de uma solução ágil para conter a alta nos preços dos alimentos nos mercados. Conforme o Correio mostrou ontem, com a pressão da inflação, itens básicos da alimentação dos brasileiros, como arroz, feijão, leite e carne, têm registrado aumentos significativos nos últimos meses. O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, ontem, que o governo federal tomará medidas para reduzir o preço dos alimentos. Segundo ele, a gestão vai adotar ações sugeridas pelas redes de supermercados, além de buscar produtores e ministérios para discutir o tema.
Conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, o preço dos alimentos ficou 8,23% mais caro no acumulado de 2024, acima dos 4,83% do índice geral. Isso preocupa o governo, já que impacta o bolso da população, principalmente os mais pobres, e gera insatisfação do principal eleitorado do petista.
“A princípio, nós vamos fazer algumas reuniões com o ministro da Agricultura, com o ministro do Desenvolvimento Agrário, que pega as pequenas propriedades, e o Ministério da Fazenda, para a gente buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para um barateamento dos alimentos”, declarou Rui Costa no programa Bom dia, ministro, da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O uso do termo “conjunto de intervenções” pelo ministro, porém, despertou temores sobre a adoção de ações diretas para forçar uma redução de preços, como tabelamento ou congelamento, que não deram certo no passado e geraram hiperinflação que só foi debelada com o Plano Real, em 1994. O governo, porém, negou essa possibilidade após a repercussão negativa da fala do ministro.
“A Casa Civil informa que não está em discussão intervenção de forma artificial para reduzir preço dos alimentos”, disse a nota divulgada pela pasta. “Ainda não é possível avançar no detalhamento de tais medidas antes da realização das reuniões que irão tratar do assunto”, acrescentou. À noite, o ministro ainda deu entrevista à CNN e reforçou que o governo “trabalhará em medidas para baratear principais alimentos sem queda artificial de preços”.