Por Hely Ferreira
Entre tantos folguedos da cultura nordestina que estão desaparecendo, talvez o pastoril seja o mais atingido. Assistir a apresentação de um deles era algo que movimentava as festas de rua pelo interior do nordeste brasileiro. Dividido entre dois cordões um de coloração vermelha e o outro azul dava-se uma disputa sadia entre as partes.
Entre os participantes, havia a figura da Diana que diferente das demais participantes sua indumentária era confeccionada contendo as duas cores, fazendo com que a mesma pertencesse aos dois lados.
Assim, como a figura da Diana, há partidos políticos que se inspiram na personagem. Tanto é que procuram flertar com o governo e ao mesmo tempo com a oposição. Vão se ajustando ao que lhe convém. Conteúdo programático, ideologia e outras coisas mais, servem apenas como figuras decorativas o importante é o poder.
Na verdade, por traz de tudo isso, há interesses que sobrepujam o imaginário do eleitor que com seu purismo acredita nos arroubos da oratória dos candidatos e agora com as chamadas redes sociais, acrescenta-se a plasticidade do candidato.
Hely Ferreira é cientista político