O deputado Antônio Moraes (PP) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco, na tarde de hoje, para protestar contra a antecipação da eleição da Mesa Diretora, que está marcada para as 11h de amanhã. O alvo das críticas foi o presidente Álvaro Porto (PSDB), que teria agido para garantir a própria reeleição para o biênio 2025/2026. A antecipação da escolha foi aprovada, no último dia 7, por 41 votos a zero, alterando a Constituição. Toda a articulação foi feita em uma semana e ontem os deputados estaduais receberam o comunicado de que a data da eleição havia sido marcada. A escolha da Mesa deveria ocorrer entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025.
Antônio Moraes estava em Roma e, por conta disso, não estava na presidência da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça na ocasião que PEC foi aprovada pela manhã, à tarde, no plenário. “Quando falamos em valorizar o Legislativo, é preciso respeitar o Regimento Interno da Casa. Houve mudança da Constituição em menos de 24 horas. O movimento foi orquestrado pela Mesa Diretora e se eu fosse o presidente respeitaria o Regimento. Acho que cada deputado pode fazer a própria avaliação. Cada um foi eleito pelo povo e conhece o Regimento. A Casa poderia fazer de outra forma, até porque Álvaro Porto tem liderança e não poderia fazer uma coisa dessa nessa rapidez”, reclamou Antônio Moraes, durante entrevista à imprensa.
Seu partido, o PP, pediu ontem à Álvaro Porto para adiar a eleição, no entanto, progressistas presentes no plenário, dia 7, votaram a favor da antecipação da eleição. “Os partidos não têm controle absoluto sobre os deputados e nem sempre o deputado vota de acordo com o partido”, assinalou.
Em fevereiro, Antônio Moraes teve interesse em disputar a presidência, chegou a pedir votos, mas a força de Álvaro Porto brecou seu projeto. Hoje, ele disse que não disputará nenhum cargo na Mesa Diretora, amanhã.