Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
Do Correio Braziliense
Eleitos os presidentes da Câmara, Hugo Mott (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a bola da construção política segue para as mãos do governo nesta pré-temporada rumo a 2026. E, nesse sentido, nas rodas de conversa nos convescotes do último fim de semana, o que mais se ouviu foi que o governo precisará buscar um acordo que atenda aos deputados no quesito emendas ao Orçamento e, de quebra, coloque os partidos de centro no Palácio do Planalto, com espaço de poder e de parceria real, de forma a que tenham assento nas reuniões dos chamados “ministros da Casa”.
As emendas são consideradas o principal ponto para destravar a votação do Orçamento deste ano. Até aqui, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem liberado as emendas a conta-gotas e já abriu uma série de inquéritos a cargo da Polícia Federal para investigar a aplicação dos recursos e a forma como essas emendas são negociadas.
Essa situação, conforme antecipou a coluna Brasília-DF na semana passada, levou muitos deputados a suspeitarem de que há o intuito do STF de fazer uma espécie de “Lava-Jato” das emendas, para criminalizar os políticos e suas sugestões ao Orçamento, da mesma forma que a Lava-Jato tentou colocar toda a política na vala criminal.
Tanto Hugo Motta, quanto Davi Alcolumbre foram muito incisivos em seus discursos, ao defenderem a prerrogativa do Legislativo de promover emendas ao Orçamento. O presidente da Câmara, inclusive, pediu ao deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) que prepare uma proposta. Motta deve conversar ainda esta semana com Flávio Dino para tentar chegar a um consenso sobre o tema.
Encontro em clima ameno
Representantes dos Três Poderes vão se reunir hoje no Congresso Nacional para a cerimônia que vai marcar o início do ano no Legislativo. Depois das eleições para as presidências da Câmara e do Senado, o foco do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é começar as negociações com o novo comando do parlamento com o pé direito.
O petista vai receber Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) em uma reunião pela manhã para alinhar os objetivos. A vitória de ambos foi amplamente comemorada por parlamentares da base do governo e por ministros, mas o Executivo sabe que terá que abrir espaço em ministérios e liberar as emendas parlamentares para avançar na pauta econômica este ano.
Isso terá de ser feito enquanto o Judiciário engrossa o tom contra a destinação irregular dos recursos e exige cada vez mais transparência.