Foto: Priscilla Melo/DP
Por: Guilherme Anjos
Do Diario de Pernambuco
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) deu início à análise do pedido feito ao Ministério dos Direitos Humanos pela reabertura da investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 1976, sob a hipótese de que o acidente teria sido premeditado e com motivações políticas.
O assunto será discutido pelo colegiado na 3ª Reunião Ordinária, realizada nesta sexta-feira (14), no Recife, e pode chegar a uma definição em maio deste ano, no próximo encontro da Comissão, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A relatoria é de Maria Cecília de Oliveira Adão.
De acordo com a presidente da CEMDP, Eugênia Gonzaga, todos os pedidos de reabertura são acatados pelo colegiado, mas ainda precisam ser analisados e aprovados. Em caso de aprovação, Kubitschek será incluído na lista de mortos e desaparecidos da Comissão Nacional da Verdade.
“Foi reaberto um procedimento, distribuído a uma relatora que vai analisar os documentos e ver o que tem de novo depois das conclusões da Comissão Nacional da Verdade. Houve um pedido de reabertura, e como acatamos a todos os pedidos, ele será analisado, mas não significa que foi aprovado”, explicou.
A possibilidade da reabertura das investigações foi levada à Comissão pelo assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, visando o esclarecimento do caso independentemente de reparações financeiras e do desejo dos familiares do ex-presidente.
“O laudo tem muita credibilidade e consistência científica, e peço para que o caso seja aberto. Como não podemos reabrir casos que já passaram do prazo para reparação financeira, nós pedimos à Comissão para que julguem a possibilidade para que seja apreciado em nome da verdade histórica, do interesse nacional”, afirmou Miranda.
O pedido de reabertura das investigações foi do ex-vereador de São Paulo Gilberto Natalini, ex-presidente da Comissão Municipal da Verdade, baseando-se em um inquérito de 2021 do Ministério Público Federal (MPF).
O laudo realizado pelo perito especialista em transportes Sérgio Ejzenberg rejeitou a hipótese de que o ex-presidente teria morrido na colisão entre seu carro e um ônibus, e não descartou a possibilidade de sabotagem mecânica devido à falta de provas materiais.
