Por Hely Ferreira
Na tentativa de interpretar a história, ao longo dos anos vários são os teóricos que se debruçaram sobre o tema. Há os que defendem que a histórica é dialética, os que acreditam ser cíclica e assim existem outras teorias com relação aos fatos históricos. Se os que defendem que ela se repete são os corretos, podemos concluir que é o que melhor se adequa para explicar a postura adotada pelo prefeito da cidade do Recife, João Campos, no que tange a composição da sua chapa para disputar a reeleição.
Como muitos acreditam que ele será candidato ao governo de Pernambuco em 2026, não falta quem queira receber o bilhete premiado. Seguindo os passos do seu genitor, o prefeito se comporta como alguém que deseja caminhar com liberdade e consequentemente sem ter que depender diretamente dos seus aliados. Na eleição de 2008, o PT estava à frente da prefeitura da cidade do Recife e naturalmente apresentou candidatura própria. Praticamente não deixando alternativa ao Palácio do Campo das Princesas, que não fosse apoiar a candidatura petista. Lembrando que a forma como foi posta, produziu insatisfação até nos quadros internos do Partido dos Trabalhadores.
Mas a reeleição do saudoso Eduardo Campos o deixou com fôlego suficiente para se desvencilhar do PT e lançar um candidato forjado pelo PSB a prefeitura da capital, demonstrando que aos poucos caminharia sem o apoio do PT. O projeto se tornou claro quando saiu candidato a Presidência da República em 2014.
Os recentes gestos oriundos do Palácio Capibaribe (Antônio Farias), reverbera a tentativa de apresentar um nome para vice sem que seja imposto, mas de maneira independente. Assim, o prefeito procurou filiar nomes de sua confiança em partidos diferentes, pois sabe que se for disputar o governo do Estado, precisará deixar alguém de sua confiança administrando o Recife.
Hely Ferreira é cientista político.
Um comentário
Muito bom artigo