Foto: Diogo Zacarias
Do Correio Braziliense
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou nesta sexta-feira (27/9) que o governo tem os mecanismos para conter abusos no mercado das bets, as casas de jogos e apostas online. Segundo ele, o pacote de medidas em desenvolvimento inclui monitoramento das perdas e ganhos por CPF, restrições no pagamento, na propaganda, e atendimento a quem desenvolver dependência dos jogos.
Haddad destacou ainda que o governo de Jair Bolsonaro (PL) “sentou em cima” da regulamentação dos jogos online de apostas, e argumentou que a atual gestão apresentou propostas em seu primeiro semestre. O governo do presidente Lula (PT) está sob forte pressão após casos de fraude envolvendo bets e dados sobre o alto endividamento das famílias.
“Posso assegurar que o Executivo do Brasil tem em suas mãos os instrumentos necessários para regulamentar e coibir os abusos que nós estamos verificando na nossa sociedade. Fiquem certos de que o governo está atento e que, apesar desse enorme atraso, desse descaso, chegou a hora de colocar a ordem nisso e proteger a família brasileira”, declarou Haddad em manifestação enviada à imprensa pela Assessoria de Comunicação da Fazenda.
O ministro destacou que as apostas online foram legalizadas durante o governo de Michel
Temer, no final de 2018, que deu prazo de dois anos para a regulamentação. “O governo Bolsonaro simplesmente sentou em cima do problema, como se ele não existisse”, frisou.
Segundo o BC, beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas apenas em agosto. Além disso, foram gastos via Pix entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões por mês desde janeiro pelos apostadores.
Haddad comentou as medidas em estudo pelo governo. Uma delas envolve o monitoramento das apostas por CPF, para que o governo tome ações adicionais em caso de endividamento exagerado ou sinais de vício. Também haverá restrições aos meios de pagamento que podem ser usados para as apostas, proibindo cartões de crédito e o uso de recursos do Bolsa Família. Segundo o chefe da equipe econômica, isso será feito em parceria com as instituições bancárias.