Foto: Luis Robayo/AFP
Em discurso de posse neste domingo (10/12), o novo presidente da Argentina, Javier Milei, quebrou o protocolo e fez o primeiro pronunciamento a apoiadores, nas escadarias do Congresso, ao invés de falar no interior da Casa Legislativa.
“Os argentinos, de forma contundente, expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno. Não há retorno. Hoje encerramos décadas de fracassos e disputas sem sentido. Brigas que só conseguiram destruir o nosso país e nos deixar na ruína. Hoje começa uma nova era na Argentina, de paz e prosperidade, de conhecimento e desenvolvimento, de liberdade e progresso”, disse.
Milei mencionou temas como saúde e educação, mas o grande destaque do pronunciamento foi a economia. Ele retomou a história do país, enfatizou o papel do movimento liberalista, fazendo críticas à “herança herdada das gestões passadas”, escolhendo como alvo o Kirchnerismo.
“Esse modelo fracassou no mundo inteiro e especialmente no nosso país. Assim como a queda do muro de Berlim marcou o fim de uma era trágica, essas eleições marcaram um ponto de ruptura da nossa história”, declarou.
O chefe de estado reforçou que é hora de “reorganizar a economia” e repetiu diversas vezes que o país precisará realizar um corte nos gastos, alertando a população de que a Argentina passará por um momento difícil. “Não há alternativa ao ajuste fiscal, não há alternativa ao choque”, disse. “Infelizmente, isto terá impacto na atividade econômica, na pobreza e nos salários”, emendou o presidente, ao garantir que não haverá impacto no setor privado.
Uma das palavras mais ditas durante o discurso, que durou cerca de 30 minutos, foi “liberdade”. “Não vai ser fácil, cem anos de fracasso não são desfeitos em um único dia. Mas esse dia começa e hoje esse dia chegou. Saímos do caminho da decadência e começamos um caminho de prosperidade. Hoje abraçamos novamente nossos ideias de liberdade.”