O deputado estadual Romero Albuquerque (UB) foi à tribuna da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (1), para protestar contra a manobra do Governo do Estado para tirá-lo da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) e colocar Socorro Pimentel (UB) em seu lugar. O pedido foi feito pelo líder da bancada do União Brasil, Romero Sales Filho. O discurso foi dirigido pessoalmente à governadora Raquel Lyra (PSDB), já que foi ela quem evitou o projeto que extingue as faixas salariais do policiais militares e bombeiro até 2026. Albuquerque é favorável que o prazo seja menor, como defendem as duas categorias.
Ele disse que soube da articulação através do Blog Dantas Barreto, na manhã de quinta-feira (28). Romero Albuquerque é vice-presidente eleito da Comissão, para cumprir mandato de dois anos. “Eu quero resumir o que me traz até o plenário hoje em duas palavras: enrolação censura. E sem fazer nenhum arrodeio, eu quero fazer uma crítica direta ao Governo do Estado de Pernambuco, à governadora Raquel Lira pela forma como ela decidiu conduzir o relacionamento com esta Casa. Além de não ser recebido pelo Governo, além de não darem atenção às nossas demandas, de não tratarem nossos Chefes de gabinete bem, de não responder ofício, de não liberar emenda, o Governo do Estado agora age descaradamente para nos censurar”, disparou.
Ainda no seu discurso, Romero Albuquerque disse que “é um governo que quer fazer política sem a parte mais importante a política”. “Deputados, eu fui pego de surpresa por uma decisão que, primeiro, tenta nos colocar uns contra os outros. Segundo, uma movimentação que numa mesa de diálogo poderia encontrar um caminho. Terceiro, por ter ficado sabendo pela imprensa. O que não é surpresa, deputados, é que este seja um governo mau avaliado aqui na Capital. Um governo mal avaliado no Estado. Que vira as costas para todos as categorias. É protesto de professor, da Saúde, da polícia, do transporte, e agora o meu”, acrescentou
O parlamentar disse que ficou “atônito, desacreditado”. “Além de hoje estar no Palácio, nossa governadora já esteve aqui, já foi deputada. Governadora, a senhora se esqueceu do nosso Regimento Interno? É inconcebível que uma decisão democrática, tomada pelo colegiado, possa ser desfeita por um ofício de quem quer que seja. Eu fui eleito e assim, meu mandato tem prazo”, ressaltou.
Romero Albuquerque avisou que, “ao contrário ao que aconteceu no passado, quando a senhora retornou ao seu mandato de deputada, eu não vou renunciar ao meu lugar de vice-presidente da CCLJ”. Governadora, seu dever é representar o princípio democrático que lhe colocou aí e me colocou aqui também. Se essas decisões fossem tomadas dessa forma, tenho plena certeza que os pernambucanos já teriam optado pela sua suà pressão autoritária do Governo de Pernambuco. É um desrespeito a qualquer mandato aqui que aceite essa proposta de subversão imposta por um governo que insiste em errar”, disse ele
O deputado do União Brasil pregou a autonomia do Legislativo a defesa das classes trabalhadoras. “É essencial que nós nos apoiamos e defendemos a nossa independência a nossa autonomia legislativa. Defendemos as diversas categorias que têm sido negligenciadas por esse governo. E por isso eu quero reforçar a minha determinação em garantir que a demanda dos policiais militares e bombeiros militares seja atendida sem enrolação, sem que se arraste por tanto tempo. Negar esse direito aos profissionais de segurança pública e negar dignidade. E eu não posso apoiar que esta casa seja mais um vetor contrário a esses servidores” avisou.
Apesar da sua ligação com o PSB, Romero Albuquerque disse que manterá a sua posição de independência, no momento de votar os projetos. “Governadora, eu jamais me declarei oposição ao Governo e sempre deixei claro: se é do interesse dos pernambucanos, conte comigo. Se é contrário ao que as pessoas querem, sinto muito. Não há motivo, se não de seu próprio interesse político para que minha posição lhe cause estranhamento, motive agir da forma despótica como agiu. Já os pernambucanos que lhe confiaram o Palácio do Governo têm muitos motivos para estranhar a suas ações”, concluiu o deputado.