Do Correio Braziliense
O União Brasil comunicou, na tarde desta quinta-feira (18/9), que os filiados terão o prazo de 24 horas para deixar abandonar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o documento, filiados que não atenderem à normativa serão expulsos da legenda sob pena de infidelidade partidária.
Entre os 38 ministérios, o União Brasil tem participação em três: Integração e Desenvolvimento Regional, Comunicações e Turismo. Dentre esses, o titular da pasta do Turismo, Celso Sabino, é filiado ao partido. Os outros dois ministros, que são Frederico Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração), foram indicações do presidente do Congresso, senador Davi Alcolubre, parlamentar filiado ao União Brasil.
Partido presidido por Antônio Rueda, o União Brasil comanda empresas públicas da administração federal como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com Marcelo Andrade Moreira Pinto, e a Telebras, com o presidente André Leandro Magalhães.
A legenda, além de definir a pena de expulsão a filiados que continuarem como ministros, estabeleceu a mesma regra a quem ocupa cargos de confiança em autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista ligadas diretamente à administração federal. Até o momento, a Codevasf e a Telebras não se manifestaram sobre a determinação do União Brasil.
“Esse posicionamento (de cobrar filiados para sair do governo) foi hoje unanimemente reforçado pela aprovação da resolução que determina aos filiados do União Brasil o desligamento, em até 24 (vinte e quatro) horas, dos cargos públicos de livre nomeação na administração pública federal direta ou indireta, sob pena de prática de ato de infidelidade partidária”, diz um trecho do comunicado do União Brasil.
A nota desta quinta-feira foi a segunda manifestação do União Brasil em defesa da saída do partido do governo. Na primeira, publicada no início deste mês, o partido deu um mês para que filiados deixassem a legenda. Agora, esse prazo reduziu para 24 horas.
Os anúncios das saídas do União Brasil da base do governo Lula tiveram como contexto uma crítica feita por Lula, em agosto, contra o presidente do partido Antônio Rueda. À ocasião, o líder do Executivo disse que “não gostava” do cacique do União Brasil.
MOTIVOS
Além disso, o desconforto ganhou força após Lula declarar publicamente que contava com o apoio de partidos do chamado ‘Centrão’ — como o União Brasil — para aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e redução parcial até R$ 7,5 mil.
Já a mudança do prazo de saída da base do governo Lula para 24h, de acordo com o União Brasil, teve como contexto as investigações da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal. Segundo o órgão, o presidente Antônio Rueda teria envolvimento com o primeiro comando da capital (PCC) nos setores de combustíveis e do mercado financeiro.