Por Hely Ferreira*
O ano era 1989, quando o povo brasileiro escolheu pelo voto direto o presidente da República. Depois de uma disputa acirrada entre o candidato do PT com o do PDT, o primeiro foi ao segundo turno com o candidato do PRN, mas não foi vitorioso. Daí em diante, as eleições que sucederam, criou-se um tipo de bipartidarismo velado entre PSDB e PT. Até que, em 2018, o PSDB ficou fora da disputa presidencial no segundo turno.
Nascido no Estado de São Paulo, o PSDB não consegue libertar-se do estigma de ser um partido paulista, mas olhando o quadro da última eleição municipal, nem em seu nascedouro o PSDB logrou êxito, sendo perceptível seu declínio.
Na contramão da história recente, em especial no Estado de Pernambuco, o partido foi o que mais elegeu prefeitos e assim tornou-se o vitorioso das eleições municipais do ano em curso.
O mapa eleitoral requer algumas reflexões acendradas e a primeira delas é se o crescimento se deu exclusivamente pela força do Palácio do Campo das Princesas. Caso a resposta seja positiva, como ficará a sigla nas eleições de 2026, já que se comenta pelos quatro cantos de Pernambuco (menos nos quatro cantos de Olinda), que a governadora poderá deixar o ninho dos tucanos, buscando maior aproximação com o Palácio do Planalto?
O partido continuará pujante ou grande parte dos filiados atuais migrará juntamente com a governadora, caso realmente ela resolva sair do ninho do tucano?
*Hely Ferreira é cientista político