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Trabalho infantil: Estado e 16 cidades do litoral adotam medidas contra problema no verão

Por: Malu Mendes

Do Diario de Pernambuco

Foto: Marina Torres/DP

O Governo de Pernambuco lançou, nesta quarta-feira (4), a 7ª edição do Projeto Praia Legal, iniciativa voltada ao enfrentamento do trabalho infantil no litoral pernambucano. A ação abrange 16 municípios, incluindo o arquipélago de Fernando de Noronha, e visa erradicar essa prática ilegal, especialmente durante o período de férias das crianças.   

Segundo informações do Governo do Estado, houve uma redução de 28% nos casos de trabalho infantil em Pernambuco em 2024. No entanto, não houve o fornecimento de dados para serem realizadas as comparações. 

O objetivo principal do projeto é garantir a proteção e os direitos das crianças e adolescentes, afastando-os de situações de exploração.  O evento de lançamento, realizado no Terminal Marítimo de Pernambuco, contou com a assinatura de um termo de adesão pelos municípios participantes.  

Entre as ações previstas estão campanhas de sensibilização em bares, restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos comerciais, além do investimento e fortalecimento de casas de acolhimento, abrigos e ambientes de tratamento de dependência química. 

O projeto prevê a contratação de educadores e profissionais de recreação para acolher crianças cujos pais estejam trabalhando, oferecendo espaços seguros para essas famílias. 

“Sabemos que muitas vezes não é por má intenção que os pais permitem o trabalho infantil, mas é fundamental proteger as crianças e garantir todos os seus direitos, incluindo o de não trabalhar. Além disso, a iniciativa reforça a educação integral, qualificação profissional e o acesso a empregos decentes para jovens.”, destacou Raquel Lyra, governadora do Estado. 

O que é considerado trabalho infantil nas praias 

  • Venda de produtos 

Comercialização de alimentos, bebidas, artesanatos, bijuterias ou qualquer outro item. 

  • Prestação de serviços 

Oferecimento de massagens, transporte de cadeiras e guarda-sóis, ou limpeza de áreas da praia. 

  • Trabalho em estabelecimentos comerciais 

Atuação em bares, restaurantes, quiosques ou hotéis localizados à beira-mar. 

  • Exploração sexual ou tráfico de drogas 

Casos graves em que crianças são aliciadas para atividades ilícitas, como prostituição ou transporte de drogas. 

  • Atividades perigosas ou insalubres 

Exposição ao sol por longas horas, carregar peso excessivo ou manipular objetos cortantes, todos fatores que comprometem a saúde e segurança. 

Consequências do trabalho infantil 

De acordo com Jailda Pinto, procuradora do Ministério Público do Trabalho, Pernambuco é um dos estados com maior registro de casos de trabalho infantil no Brasil. Ela ressaltou a gravidade dessa prática: 

“O trabalho infantil mata, adoece, causa acidentes e evasão escolar. Além disso, aumenta o risco de aliciamento para tráfico de drogas e exploração sexual.” Para ela, o combate à exploração infantil depende de políticas públicas que assegurem direitos fundamentais, como educação, saúde, transporte, moradia e saneamento básico.  

“Quando compramos produtos vendidos por crianças na praia, estamos corroborando com esse crime”, acrescentou Jailda. 

Legislação  

No Brasil, o trabalho infantil é crime e está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A exploração de crianças e adolescentes pode ser denunciada pelo Disque 100, canal gratuito e confidencial que funciona 24 horas.  

Além disso, denúncias podem ser registradas diretamente no Conselho Tutelar ou no Ministério Público do Trabalho. 

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