Foto: Reprodução
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) autorizou a continuidade dos projetos para construções do Arco Metropolitano e da Escola de Sargentos do Exército, em território da Mata Atlântica da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia Beberibe. O Blog Dantas Barreto teve acesso ao ato, datado de 20 de outubro, assinado pelo presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, derrubando a liminar expedida pela 1ª Vara Cível da Comarca de São Lourenço da Mata. Essa liminar havia acatado a Ação Civil Pública apresentada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), determinando que o Governo do Estado e a CPRH não autorizassem obras privadas ou públicas no local. O MPPE se baseou nos argumentos Fórum Socioambiental de Aldeia, que é contra o desmatamento da área de proteção.
O Governo do Estado e CPRH, no entanto, recorreram ao Tribunal, pedindo a suspensão da liminar, argumentando que “a decisão configura manifesto impedimento do exercício, por parte do Estado e da CPRH, de suas prerrogativas administrativas constitucionais e legais, em grave ofensa à ordem, à segurança e à economia públicas”. “Além de prejudicar diretamente a execução do cronograma da obra pública do Arco Metropolitano, a decisão impugnada provoca impacto na construção da Escola de Sargentos do Exército Brasileiro, projeto estruturante de interesse tanto do Estado de Pernambuco quanto da União”, aponta a defesa.
Em outro trecho, Estado e CPRH garantem que “a correta interpretação do regime legal admite a delimitação da área do corredor ecológico em momento posterior ao da criação da unidade de conservação, bem como que a existência de corredores ecológicos não constitui impeditivo para o licenciamento de empreendimentos, desde que respeitadas as restrições naturais e compatíveis com a proteção outorgada pela constituição da APA”.
Também afirma que “inexistem fundamentos que justifiquem a manutenção da decisão combatida, porquanto não há qualquer elemento concreto que esteja a causar risco ao meio ambiente, especialmente à APA Aldeia-Beberibe, ou ao seu pretendido corredor ecológico, ainda em processo de estudo para futura delimitação”.
Na sua decisão, o desembargador Ricardo Paes Barreto afirma que a liminar, “objeto do pedido, ao impedir que o Estado de Pernambuco e a CPRH autorizem a construção de empreendimento público ou privado e/ou intervenção humana na área na área em questão, não faz menção à identificação de qualquer dano concreto ao meio ambiente”.
“Assim, à luz da ponderação preambular dos interesses envolvidos, respeitados os limites cognitivos do pleito suspensivo, e considerando evidenciada a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida, mormente diante do manifesto risco de dano irreparável ao interesse público, considerando a possibilidade de paralisação de projetos de grande relevância para a população do Estado de Pernambuco, defiro, nos termos do art. 4o, caput e §7º da Lei Federal nº 8.437/92, o pedido liminar formulado e, em consequência, suspendo os efeitos da decisão impugnada”, conclui o presidente do TJPE.
ARCO METROPOLITANO
A construção do Arco Metropolitano vem sendo discutida há mais de 10 anos e foi um dos compromissos do Governo de Pernambuco para a instalação, na época, da montadora da Jeep (Atualmente Grupo Stellantis), no município de Goiana, para escoar a produção de veículos. A nova via prevê a ligação até o Cabo de Santo Agostinho. O investimento é em torno R$ 1,4 bilhão.
ESCOLA
Já a Escola de Sargentos do Exército foi anunciada pelo Governo Federal para ser instalada no município de Paudalho. Para reduzir o impacto ambiental, no início deste anoi, foi anunciado o acordo para que área desmatada seja de 90 hectares, e não 188 hac como estava no projeto original. O investimento é de quase R$ 2 bilhões. Quando a escola estiver pronta, formará sargentos para todo o País e deverá gerar 12 mil empregos diretos.
2 comentários
Boa tarde.
Não existe desenvolvimento sem que não haja agressão a natureza, e esse arco metropolitano sera muito importante para desafogar o congestionamento na BR 101, visto que a mesma, tem necessidade de 2 viadutos para entrada da UR 11 e muribeca. Outra coisa que está faltando na BR 101, é a sinalização de faixas e as pastilhas “olho de gato”
Não faz sentido algum desmatar nem um 1mm de mata nativa, já que o estado de Pernambuco só possui fragmentos de mata nativa, e especialmente a mata nativa de aldeia que é um fragmento bastante pequeno, a pergunta é: esses empreendimentos vão ser bom pra quem? A Br 101 já está implementada, duplicar ela vai sair muito mais barato do que destruir um ecossistema inteiro em pró de um desenvolvimento que só beneficia as multinacionais. Essas multinacionais já desmataram muito em seus países de origem, e vem um monte de babaca aplaudir as merdas dessas multinacionais aqui no nosso país de natureza exuberante.