Do Correio Braziliense
A sobretaxa sem precedentes nas relações entre Brasil e Estados Unidos completou 50 dias em vigor, e ainda afeta uma parcela considerável das vendas brasileiras, apesar da lista de exceções abertas pela representação comercial dos EUA, a USTR.
As tarifas adicionais aplicadas pelo governo norte-americano incidem atualmente sobre 73,8% dos produtos brasileiros vendidos ao país, segundo levantamento conduzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado nessa sexta-feira (26). Ele aponta que 6.033 itens, de diferentes setores, seguem sobretaxados.
O governo brasileiro tem demonstrado interesse em articular nos bastidores pela aproximação entre os países e a retomada das negociações. A sinalização de uma conversa mais próxima entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump na próxima semana dão uma luz no fim do túnel para uma possível derrubada ou alívio do tarifaço.
De acordo com o estudo da CNI, antes das isenções serem aplicadas, cerca de 77,8% das exportações sofriam taxa adicional. Após uma nova atualização, 39 produtos foram isentos da sobretaxa de 50%, como minerais críticos, químicos industriais e metais preciosos e de base.
Desses, 13 foram exportados pelo Brasil em 2024 e somaram cerca de US$ 1,7 bilhão no período, o que representa 4,1% do total vendido aos EUA. Entre os 13, apenas três passam a ser isentos de tarifas adicionais: dois tipos de pastas químicas de madeira conífera e não conífera e ferroníquel, que respondem por 4% do total exportado aos Estados Unidos.
Já os outros 10 produtos, que antes estavam sujeitos à sobretaxa de 50%, permanecem sob tarifa adicional de 40% e respondem por 0,1% do total exportado. Dentre os materiais destacam-se artigos de metais preciosos, níquel, ímãs permanentes, artigos de ouro e grafite natural.