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Do Correio Braziliense
As articulações do Centrão e da direita quanto à candidatura para a Presidência em 2026 apresentam divergências. O discurso de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que enfatiza o desejo por uma reeleição no governo de São Paulo, é um dos principais motivos para o entrave. Apesar de ainda acreditar que Tarcísio é a principal escolha para o ano que vem, a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva se preocupa com o atraso da candidatura do atual governador, muito por conta de Jair Bolsonaro (PL).
A principal aposta dos aliados do ex-presidente é o Projeto de Lei (PL) da Anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, emperrado no Congresso, e que envolve uma tentativa de descredibilização do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgãos que condenaram Bolsonaro à prisão por 27 anos e à inelegibilidade, por oito anos, respectivamente.
O Partido Liberal (PL) informou ao Correio que não tem outro nome, além de Jair Bolsonaro, para a candidatura ao Planalto. Também disse que “não acredita” na possibilidade dele não se candidatar. E é exatamente isso que incomoda o Centrão. Com o foco todo no ex-presidente, uma possível candidatura de Tarcísio só seria anunciada no ano que vem, o que é considerado tardio pelo Centrão.
Membros do grupo que transita pelos dois lados da política relembram a candidatura de Fernando Haddad pelo PT em 2018 e que não teve o resultado desejado. Eles temem que o mesmo aconteça com Tarcísio.
Partidos como PSD, PP e União Brasil articulam um novo candidato, a partir das divergências com a direita do PL. Um jantar com líderes do PSD, na semana passada, alavancou a candidatura do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), como uma alternativa a Tarcísio.
O PSD, como partido de centro, também possui ligações no atual governo do presidente Lula. A legenda ocupa as pastas da Agricultura e de Minas e Energia. Dessa forma, a escolha de Ratinho, que se posicionou contra a agora soterrada PEC da Blindagem e de forma mais neutra sobre o PL da Anistia, poderia aproximar quem não vota no PT nem no PL.
Em família
A possível candidatura de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é outro ponto que afasta os dois pólos da direita. O deputado federal licenciado é considerado como polêmico e criador de confusão entre os membros de partidos do Centrão que não querem transparecer radicalismos.
Outros nomes cotados para a oposição a Lula em 2026 são o de Michelle Bolsonaro (PL), que comentou, recentemente, que, apesar de preferir ser primeira-dama, se candidataria, caso fosse necessário, e o da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra de Bolsonaro.
O União Brasil, contatado pelo Correio, destacou que apoia, até o momento, a pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O Novo aposta em Romeu Zema e confirmou a pré-candidatura do governador de Minas Gerais à Presidência ainda em julho.