Por: Hely Ferreira*
Durante o período em que Castelo Branco esteve comandando o Brasil, foi decretado o Ato Institucional N°2, sendo extintos os Partidos Políticos que estavam em pleno exercício à época. A partir daí, fora criado diretamente pelo governo apenas dois partidos. A Aliança Renovadora Nacional (ARENA), composta pelos simpatizantes do regime. Do outro lado, estava o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), formado pelos opositores.
O processo de abertura fez nascer outros partidos, mas o MDB continuou, em sua sigla foi acrescentada a letra P, passando a ser chamado de Partido do Movimento Democrático Brasileiro, sendo agora PMDB. Mas, no ano de 2018, o TSE aprovou por unanimidade a retirada da letra P, voltando a ser chamado de MDB.
Entre momentos felizes e sombrios da história política brasileira, o partido tem sido um tipo de herói da resistência. Não é por acaso que, durante vários anos, se dizia que no Brasil ninguém conseguia governar sem o seu apoio.
Embora o quadro político nacional e consequentemente partidário tenha sofrido, principalmente nos últimos anos, muitas alterações, mesmo assim o velho partido continua vivo e demonstrando sua força a nível nacional. Para tanto, basta lembrar que todo o quadro de uma falsa polarização criada no País, o MDB continua sendo o partido que possui o maior número de filiados.
Na eleição municipal, do ano em curso, muito se tentou nacionalizar o debate, ao ponto de levantar-se a bandeira de temas nacionais, sufocando em alguns momentos os problemas locais. Buscando incessantemente apresentar um discurso maniqueísta entre os candidatos.
Embora partidos como o PSD tenham conseguido sucesso nas urnas, não se deve esquecer que o partido que mais elegeu vereadores foi o MDB, demonstrando que continua vivo e forte na política nacional.
Sem ódio e sem medo.
*Hely Ferreira é cientista político.