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Faltando dez dias para o início das convenções partidárias, os diretórios estadual e municipal do Rede aprovaram resolução que considera infidelidade partidária o apoio a nomes de outras siglas em detrimento de pré-candidaturas próprias. O grupo político aliado da deputada Dani Portela (Psol) no partido deve recorrer às instâncias nacionais até a próxima segunda-feira (15) visando manter a chapa definida pela Federação PSOL/Rede para a Prefeitura do Recife.
Sob o argumento de infidelidade, a pré-candidata a vice-prefeita na chapa de Portela, Alice Gabino (Rede), e o vice-presidente municipal do Rede e pré-candidato a vereador Ricardo Gadêlha – irmão do deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) – tiveram seus nomes retirados da disputa pela cúpula municipal da sigla devido ao seu apoio declarado à psolista.
“A Federação é maior do que o partido. Vamos manter nossa pré-candidatura legítima. Todo filiado pode ser pré-candidato até o dia da convenção. Mantenho minha vice na chapa de Dani. Temos direito de indicar nosso campo na chapa proporcional.”, declarou Gabino.
“O argumento não se sustenta. O próprio mandato do deputado federal Túlio Gadelha é da Federação, e não do partido. Se ele tiver que se afastar, assume a suplente Robeyoncé, do Psol. Acusar de infidelidade partidária é uma tentativa de golpe para atender os caprichos do deputado”, afirmou Ricardo Gadêlha.
Ao Blog Dantas Barreto, Gabino e Ricardo acusaram Túlio Gadêlha de ter orquestrado a decisão em mais uma tentativa de se lançar candidato ao Executivo da Capital pela Federação e inviabilizar candidaturas do grupo político rival. De acordo com ambos os pré-candidatos, os dirigentes do partido em Pernambuco e no Recife são funcionários do gabinete do deputado federal.
“A resolução é uma aberração jurídica a mando de Túlio. A maioria que compõe a direção municipal e estadual está constando na folha de pagamento do gabinete dele, têm liberdade política limitada. Tulio vai buscar inviabilizar a nossa chapa”, disse a pré-candidata.
“Em 2022, fui barrado de ser candidato pelo deputado (Túlio), por não querer familiares na política. Mas não compete a ele cercear meu direito político. Minha formação foi em movimento estudantil, com democracia. Isso não está acontecendo no ambiente partidário municipal, aparelhado por assessores do deputado. A presidente municipal é assessora dele”, disparou Ricardo.
Em nota, Dani Portela se solidarizou com Gabino e Ricardo, afirmando que tanto o Rede quanto o PSOL concordaram na atuação conjunta em todas as instâncias federativas até as eleições de 2026.
“Alice Gabino e Ricardo Gadêlha têm total e absoluto direito à manutenção de suas pré-candidaturas, já que cumpriram todos os ritos previstos no estatuto da Federação e, ao manifestarem apoio à nossa pré-candidatura, estão totalmente dentro das regras partidárias”, disse a deputada.
“A violência política que sofreram hoje é fruto de uma visão estreita e pouco democrática que não combina com as histórias da Rede, do Psol e da própria Federação. Tenho certeza que, muito em breve, a injustiça será desfeita”, concluiu.
A reportagem procurou o deputado Túlio Gadêlha, mas não obteve resposta até a publicação.