Por Hely Ferreira
Bastante louvável e digna de todos os aplausos a iniciativa do Palácio do Campo das Princesas, para que seja ensinada nas escolas de Pernambuco a história da Terra dos Altos Coqueiros. Alguém já afirmou que aquele que não conhece sua história, estará condenado a repeti-la. Infelizmente, geralmente se repetem muito mais os erros do que os acertos.
O estudo da história sempre foi algo desafiador, tanto é que os donos do poder não nutrem empatia pelos os historiadores, a não ser quando constroem narrativas que corroboram com seus ideais. Assim, tentam propagar uma história forjada em uma hermenêutica a partir dos vencedores e nunca dos vencidos. Revestindo-se de fatos contados, pelo caminho de uma rua de mão única, alimentando-se e procurando alimentar quem depende das migalhas que caem das mesas das casas-grandes.
Ensinar história de Pernambuco requer não apenas conhecimento, mas também ousadia para discorrer sobre fatos que encontram guarida debaixo do tapete. Lembrar que a Revolução de 1817, por mais avançada que tenha sido para a época, não rompeu com o escravismo; lembrar que, embora a primeira batalha contra os holandeses tenha sido em 1645, só foram embora no ano de 1654; lembrar que o mandonismo das oligarquias nunca desapareceu e continua atuando em alguns momentos de maneira velada, demonstrando sua capacidade de se reinventar.
Hely Ferreira é cientista político