Foto: Ricardo Stuckert/PR
Do Congresso em Foco
A mais recente pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (17), mostra que a avaliação do governo Lula (PT) permanece estável em setembro. A desaprovação segue em 51%, enquanto a aprovação é de 46%. Outros 3% não souberam ou não responderam. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. Os dados repetem os registrados em agosto.
Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, os números indicam uma interrupção na recuperação da popularidade do presidente, iniciada em julho após o “tarifaço de Trump”, mas que não se sustentou no mês seguinte.
Evolução dos índices
A diferença entre aprovação e desaprovação continua a menor desde janeiro de 2025, quando havia empate técnico: 49% desaprovavam o governo e 47% aprovavam.
O ponto mais crítico para Lula ocorreu em maio, quando a distância entre os dois indicadores chegou a 17 pontos (57% de desaprovação e 40% de aprovação). Desde então, houve uma redução gradual da rejeição, mas sem consolidar recuperação mais robusta em setembro.
Divisões regionais e sociais
Regiões: Lula mantém maior apoio no Nordeste (60%), enquanto é mais rejeitado no Sul (60%) e no Sudeste (55%). No Centro-Oeste/Norte, os números ficam próximos à média nacional.
Gênero: entre as mulheres, há empate técnico (48% aprovam e 48% desaprovam). Entre os homens, a desaprovação é maior (54% contra 44%).
Faixa etária: jovens de 16 a 34 anos desaprovam em maior proporção (53%), mas a diferença para a aprovação (43%) vem diminuindo desde março. Entre idosos (60+), há empate técnico (53% aprovam, 45% desaprovam).
Renda: a aprovação é mais alta entre os mais pobres, com renda de até 2 salários mínimos (54%). Entre famílias com renda acima de 5 salários, a desaprovação chega a 60%.
Escolaridade: Lula tem mais apoio entre os que têm até ensino fundamental (56%), mas é mais rejeitado entre os de ensino superior completo (56% de desaprovação).
Religião: Entre evangélicos, Lula segue mais rejeitado (61% a 35%), embora a diferença seja a menor do ano. Já entre católicos, há empate técnico (51% aprovam, 46% desaprovam).
Bolsa Família: a aprovação atinge 64% entre beneficiários, contra 32% de desaprovação, o melhor saldo para o presidente neste público em 2025.
Avaliação geral
Quando perguntados sobre a avaliação do governo em geral:
- 31% consideram a gestão positiva;
- 38% negativa;
- 28% regular;
- 3% não souberam responder.
O que está em jogo
O levantamento mostra que, mesmo mantendo apoio firme em segmentos como o Nordeste, os mais pobres e beneficiários de programas sociais, Lula enfrenta dificuldades em segmentos de classe média, eleitores evangélicos e regiões mais industrializadas.
Com a desaprovação estável em patamar elevado, analistas avaliam que o governo depende de resultados econômicos mais consistentes para reverter a tendência negativa e recuperar terreno junto ao eleitorado urbano de maior renda.
A Quaest ouviu 2.004 pessoas, com idade acima de 16 anos, entre 12 e 14 de setembro. A pesquisa foi contratada pela Genial Investimentos.