Foto: Blog Dantas Barreto
Integrante da ala do MDB pernambuco que não integra a base aliada do prefeito do Recife, João Campos (PSB), o senador Fernando Dueire garante que, ao contrário do que afirma o presidente do partido, Raul Henry, “não tem fato consumado” em relação à aliança com o socialista na disputa pelo Governo do Estado e com nenhuma outra candidatura. Na entrevista concedida ao Blog Dantas Barreto e à TV Nova, o senador disse que o partido precisa tomar uma decisão conjunta a respeito de 2026, ouvindo todas as lideranças e também a direção nacional.
Dueire salientou que Raul Henry não pode tomar uma decisão de forma isolada, já que 43% dos votos na eleição para presidente do MDB foram dados ao deputado Jarbas Filho. “O MDB está sendo esvaziado. Os prefeitos estão indo embora porque não são ouvidos”, relatou Dueire, lembrando que foram eleitos 13 prefeitos, atualmente são 8 e há possibilidade de só ficarem dois.
“Antes do processo eleitoral (Raul) já proclamava que o partido iria com João Campos. Isso não é partido. Partido é agremiação que junta pessoas, que pessoa de forma consensual, mesmo que tenham variações de pensamento. Mas que seja colocado em discussão, seja vencido no diálogo”, observou Fernando.
Na sua avaliação, as atitudes de Raul teriam sido por ele entender que, se não radicalizasse, “talvez não tivesse a condição de levar o partido para o prefeito do Recife”. “Depois da eleição, manteve a postura de não buscar o diálogo”, acrescentou. “Nunca interrompi o diálogo com João Campos”, disse Fernando Dueire, em um dos momento da entrevista.
DECISÃO NACIONAL
Dueire deu a entender que nada está resolvido. “Ele (Raul) tem que compreender que eleição nacional é comandada pelo diretório nacional. Então, esse tipo de postura não vai prevalecer. Vai prevalecer a decisão nacional. Ele sabe disso, mas trabalha como se fosse uma espécie de fato consumado. Não existe fato consumado. Defendo uma reunião com os prefeitos, quero que o partido cresça”, cravou.
O senador emedebista assegurou que em “hora nenhuma defendemos que era Raquel Lyra, até porque ainda é muito cedo. Se é Raquel, se é João Campos…até porque ele nunca disse que será candidato. Quem fala são outros atores próximos a ele. João é presidente do PSB nacional, prefeito do Recife e supostamente candidato a governador”, disse
Dueire ressaltou que o socialista terá que dividir o tempo entre a gestão da Capital, articular as candidaturas majoritárias e proporcionais em outros estados, manter Geraldo Alckmin na Vice-presidência da República e cuidar da própria candidatura ao Governo de Pernambuco. “São atividades que exigem tempo. É um rapaz talentoso, com grandes predicados, mas terá que fazer uma escolha porque não conseguirá ser onipresente nesses pontos”, alertou.