Foto: Globo/Brenda Alcântara
Por Guilherme Anjos
Do Diario de Pernambuco
Os candidatos à Prefeitura do Recife participaram, na noite desta quinta-feira (3), do último debate do primeiro turno das eleições municipais deste ano, realizado pela TV Globo. Como característico desta campanha na capital pernambucana, o evento foi marcado por discursos repetitivos e pouca discussão sobre propostas.
Foram convidados os prefeituráveis cujos partidos possuem ao menos cinco parlamentares no Congresso Nacional: Dani Portela (PSOL), Daniel Coelho (PSD), Gilson Machado (PL) e João Campos (PSB).
O candidato Tecio Teles (Novo) brigou na Justiça para ser convidado ao debate, e chegou a comparecer aos estúdios Globo e participar da foto oficial. No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que sua presença era facultativa pela emissora, e foi impedido de participar.
Embates
O prefeito João Campos, como de praxe, priorizou recapitular o que fez ao longo dos quatro anos de sua gestão. Ao questionar seus adversários por propostas, aproveitava o tempo que gastavam com críticas ao seu gabinete para apontar a falta de apresentação de planos para a cidade. “Um time aqui só faz falar e agredir”, disse.
Campos também não deixou de criticar os adversários, em especial Daniel Coelho, ao citar que não teria feito emendas parlamentares para temas urgentes da cidade durante seu tempo como deputado. Além disso, também apontou deficiências no Governo do Estado, mas sem citar a governadora Raquel Lyra (PSDB).
Gilson Machado e Daniel Coelho, por outro lado, optaram por utilizar seus tempos de fala para tentar desidratar o atual prefeito com críticas aos últimos 12 anos de prefeitura do PSB, visando diminuir a diferença do favoritismo registrado nas pesquisas e levar a disputa para um segundo turno.
Assim como no debate da última terça-feira (1º), a polêmica das das creches da prefeitura do Recife foram citadas para criticar Campos. Daniel Coelho citou nominalmente funcionários dos equipamentos envolvidos nas denúncias, e questionou a relação pessoal de Campos com eles. O prefeito alegou desconhecê-los apesar das funções de chefia que assumem, mas garantiu que erros serão punidos.
A pauta de habitação também foi ponto de discussão entre Campos e Coelho. O candidato do PSD questionou o prefeito sobre o número de casas populares construídas em sua gestão, o menor desde a administração de João Paulo (PT), entre 2004 e 2008. O socialista esquivou da pergunta, criticou o adversário por ter utilizado dados desatualizados do déficit de habitação da capital em seu material de campanha, que acabou suspenso, e alegou que ele estaria “usando dados para manipular e iludir as pessoas”. Daniel afirmou que estava sendo atacado pelo atual gestor.
A morte de uma criança em uma academia municipal nesta quinta também virou pauta pelo candidato do PL, mas não se tornou um tema recorrente em respeito à família da vítima.
A deputada estadual Dani Portela, por sua vez, decidiu trazer pautas nacionais para o debate, questionando João Campos sobre seu alinhamento político, criticando o governo Bolsonaro defendido por Machado, e associando Daniel Coelho ao ex-presidente Michel Temer (MDB).
Em resposta a psolista, Campos afirmou ser um “progressista de centro-esquerda”, e Coelho apontou que votou pela cassação de Temer, por isso não seria um “garoto-propaganda” de sua gestão. Machado, por sua vez, defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nunca na história do Brasil um presidente fez tanto pelas mulheres”, declarou.