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Em assembleia realizada nesta terça-feira (9), os metroviários do Recife decidiram, por unanimidade, que poderá se iniciar uma greve no próximo dia 25 de julho. A paralisação poderá ter a duração de 24 horas, 48 horas, ou ser por tempo indeterminado, dependendo das negociações com o Governo Federal e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
“Do dia 9 ao dia 25 tem muita coisa para acontecer. Se neste período nada caminhar, vamos estar mobilizados no dia 25 de julho, colocando aonde que está o erro para a população e o trabalho que a categoria vem fazendo para avançar. Se nada mudar, que a gente inicie uma paralisação, de 24h, 48h ou até mesmo por tempo indeterminado”, defendeu Luiz Soares, presidente do SindMetro-PE.
As principais reivindicações da categoria incluem o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025 pela CBTU, a assinatura do Acordo Coletivo Especial (ACE) que garante os empregos dos trabalhadores, caso seja concedida a iniciativa privada e a retirada do sistema do PND, promessa feita pelo presidente Lula na campanha eleitoral, de não desestatizar empresas públicas, e que até o momento, no que diz respeito ao Metrô do Recife, não foi cumprida.
Segundo Luiz Soares, com as condições precárias que o Metrô do Recife se encontra, um acidente grave pode ocorrer a qualquer momento e a culpa estará nas mãos do governo federal. “O que nós metroviários estamos sempre alertando e a população precisa entender é que se trata de uma tragedia preanunciada, devido ao sucateamento do Metrô. Toda semana para, as Linhas Centro e Sul deixam de funcionar. Caso aconteça, nós seremos os primeiros apontados como culpados, mas os verdadeiros responsáveis são o Governo Federal, o presidente Lula, o ministro Rui Costa, que não retira a CBTU do PND e não libera os recursos que precisa para recuperar o sistema”, disparou.
O presidente do Sindmetro-PE também ressaltou a insatisfação dos trabalhadores com a falta de progresso nas negociações e a importância da greve para pressionar por melhorias. “Essa categoria têm responsabilidade com o usuário e com o sistema, além de plenas condições para resolver o sucateamento se os recursos necessários forem enviados. Aqui já transportamos quase 450 mil usuários. Hoje estamos transportando 180 mil, e isso está acontecendo porque o governo não quer investir na qualidade do transporte público para a população. Existe diálogo, com o governo federal, que até agora não resolveu nada, nem tão pouco os investimentos anunciados são suficientes para reverter o sucateamento”, disse.
Além das pautas do ACE, ACT e PND, a categoria se mantém compromissada com uma tarifa social de R$ 2,00 para beneficiar a população e colocar a mão, ainda mais na massa, para que o sistema volte a funcionar com excelência e garantindo o ir e vir da população que tanto necessita do sistema, hoje precarizado.