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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quinta-feira (31), que a PEC da Segurança apresentada para governadores é o começo do debate sobre segurança pública no País. O petista apresentou o texto em encontro no Palácio do Planalto para chefes dos estados. Ele destacou que não poderia mandar o texto para o Congresso sem apresentá-lo antes aos governadores, e que fará “quantas reuniões forem necessárias” para ajustar a medida de segurança. Segundo o governo indicou, a ideia é fortalecer a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), e criar diretrizes gerais para os estados. A governadora de Pernambuco em exercício, Priscila Krause (Cidadania), participou da reunião e ressaltou que os estados sozinhos não têm condições de enfrentar o problema da criminalidade.
Na sua fala, Lula disse que “a apresentação dessa PEC é o começo de uma grande discussão que a gente quer fazer sobre segurança pública nesse País, sobre a criação de um sistema único de segurança pública, e a gente começa mandando para as duas Casas onde o debate deve se dar de verdade, que é no Congresso Nacional”.
“Eu sei que cada governador tem os seus problemas, suas soluções, mas o que a gente está notando efetivamente é que o crime organizado está crescendo, as organizações nas cadeias estão crescendo. O PCC e o Comando Vermelho estão em todos os estados, indicando até vereador”, comentou ainda o presidente Lula.
Marcaram presença no encontro 13 governadores e outros cinco governadores em exercício. Além disso, participaram também o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o ministro de Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, entre outros ministros de estado. Representaram o Judiciário o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin.
PRISCILA KRAUSE
Os presentes tiveram seus momentos para se pronunciarem e a governadora em exercício, Priscila Krause, ressaltou o momento histórico “de trazer para a agenda nacional um problema que diz respeito a todos, que é o da segurança pública, em especial o mecanismo de combate ao crime organizado”. Na sua fala, ela disse que há um”consenso de que a gente se depara com uma situação de que sozinhos os estados, cada um no seu quadrado como estão hoje, não é possível vencer essa batalha”.
Priscila salientou a importância do debate iniciado justamente com a presença do presidente Lula. “Hoje é uma etapa importante, mas o debate promete ser longo e profundo. O que eu queria, de fato, era fazer um apelo para que nós não perdêssemos o foco”, disse. A governadora alertou para se evitar se perder numa “politização ou numa ideologização que desperta idiossincrasias profundas”.
“A gente precisa se desnudar em relação a isso e enfrentar essas questões, porque diz muito de projeto de Nação que nós queremos. Essa é uma oportunidade e que a gente consiga fazer um debate transparente, sereno, com parcimônia e tendo sempre em mente o interesse público. Não podemos fazer aqui é uma conta de ganhos e perdas políticas. A gente precisa fazer a contabilidade do que precisamos construir para um projeto de Nação, que temos obrigação de apresentar para o presente e para o futuro do País”, concluiu Priscila Krause.