Foto: Platobr Politica
Do Correio Braziliense
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (15/4) que o governo não está retaliando os parlamentares da base governista que assinaram o requerimento de urgência do PL da Anistia, mas tentando convencê-los a retirar seu apoio.
Nos bastidores, corre que o governo está ameaçando rever cargos indicados por políticos do Centrão que não retirem seu apoio ao projeto, encampado pela oposição, além de também cortar o repasse de recursos.
“O governo não está numa operação de retaliação, mas está sim mostrando aos deputados a gravidade politica, jurídica e institucional que significa apoiar este projeto”, disse a ministra em nota enviada ao Correio.
“O PL é para garantir a impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar este governo, inclusive matar o presidente Lula. É um absurdo apoiar urgência para um projeto sendo da base do governo, trata-se de uma grave afronta ao Judiciário e à própria democracia. Urgência é preciso para projetos que beneficiam o povo brasileiro e não para proporcionar golpe continuado”, acrescentou.
O requerimento de urgência do PL da Anistia foi assinado por 146 partidos que formam a base do governo Lula, dendo o MDB, PP, União Brasil, Republicanos e PSD. A revelação das assinaturas gerou revolta no Executivo, que tenta reverter o cenário e retirar o apoio ao projeto.
Ministros de Estado, incluindo integrantes do Palácio do Planalto, iniciaram uma operação para tentar convencer os parlamentares a retirarem seu apoio. Há relatos de ameaças de cortes de emendas e uma revisão dos cargos de segundo e terceiro escalão indicados por políticos do centrão, o que Gleisi e outros membros do governo negam.
Apesar do requerimento já ter 262 assinaturas, mais que as 257 necessárias para a aprovação, ele só será votado caso o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decida colocá-lo em pauta. Hoje, ele sinalizou que ouvirá o colégio e líderes antes de decidir sobre o tema.