Foto: Rafael Vieira/DP
Moradora do bairro de Rio Doce, negra candomblecista e juremeira, a pré-candidata à Prefeitura de Olinda pelo Psol, a professora Pallomma Melo disse que entrou na disputa majoritária deste ano por conhecer a realidade do município. “Sou moradora da periferia. Eu conheço a Olinda real”, disse Pallomma, na visita que fez ao Diario de Pernambuco e ao Blog Dantas Barreto.
A pré-candidata avalia que Olinda carece de um debate mais combativo, que discuta as políticas públicas que a população necessita. Entre as suas propostas está a criação de um conselho popular deliberativo, que integre a sociedade, Executivo e Legislativo.
“Todas as nossas decisões serão tomadas ouvindo a população através de conferências”, disse Pallomma, deixando claro que sua proposta difere do Orçamento Participativo que o PT já implantou. “Me filiei ao Psol, há cinco anos, justamente por conta da gestão do prefeito Lupércio. Nosso projeto não é o do PT e do PCdoB, que entregaram a Prefeitura a Lupércio”, acrescentou.
A psolista disse que Olinda não tem plano de desenvolvimento urbano, a saúde pede socorro, melhorar a infraestrutura e a educação. “Por isso o Psol está disposto a ir para o enfrentamento. Precisamos discutir as mudanças climáticas também, porque são os moradores das comunidades que são os mais afetados. Queremos uma Olinda segura, acolhedora e que proteja as mulheres. Olinda não tem Secretaria da Mulher e nós vamos criar. Precisamos assegurar emprego e renda, principalmente, para as mulheres porque muitas têm dependência financeira e emocional. As mulheres negras são as mais abandonadas, vítimas da violência doméstica, são as mais analfabetas e sofrem com o desemprego”, salientou.
Na sua opinião, esse trabalho tem que iniciar pela base, daí tem o compromisso de abrir bibliotecas comunitárias na periferia. “Minha infância foi muito humilde e eu tinha dificuldade para comprar livros. Mas despertei para a leitura nas escolas e ainda hoje Olinda não tem uma biblioteca pública comunitária. Por isso me considero uma ativista pelo direito à leitura”, relatou a pré-candidata.
Pallomma Melo ainda alertou que Olinda tem muita riqueza cultural e “não pode ficar restrita ao Carnaval”. “É necessário que haja atrações durante os 12 meses do ano”, cravou.