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O deputado estadual Luciano Duque se lançou pré-candidato a prefeito de Serra Talhada, nesta terça-feira (24), à revelia do partido Solidariedade. A confirmação se deu durante entrevista à Rádio Farol de Notícias e, na ocasião, disse que espera contar com o apoio da principal liderança do partido em Pernambuco, Marília Arraes. A ex-deputada, contudo, deixou claro que Duque está numa posição isolada. Em entrevista à Rádio Folha, Marília reclamou que o correligionário esvaziou o SD em Serra Talhada e não explicou a razão de ter se aliado à governadora Raquel Lyra (PSDB).
Luciano Duque lembrou do “sacrifício” que fez ao deixar o PT para se filiar ao Solidariedade a pedido de Marília, mas que o fez por acreditar no projeto dela de concorrer ao Governo do Estado. “Ela disse que precisa sobreviver e precisava do meu mandato. Em todas as eleições, trabalhei e votei em Marília Arraes”, assinalou.
O deputado refutou a queixa de que teria se afastado dela após 2022, argumentando que estava percorrendo o Estado e preparando os projetos para apresentar na Assembleia Legislativa. Além disso, colocaram nele a responsabilidade de ser líder da bancada para dialogar com o Governo do Estado.
Luciano Duque garantiu que continua ao lado de Marília e pediu seu apoio na campanha para prefeito. “Em qualquer projeto de Marília estarei com ela”, disse, afirmando que sempre foi leal e correto. “Sei que Marília não vai nos faltar. É um projeto sólido e vamos, com o apoio de Marília, voltar a governar. Conto com o Solidariedade e Marília”, acrescentou o deputado.
MARÍLIA ARRAES
A ex-deputada Marília Arraes foi clara, nas suas declarações, de que foi surpreendida com a decisão de Luciano Duque de disputar a Prefeitura de Serra Talhada e relatou que ele afastou-se dela. “Eu e Duque estivemos juntos e contribui muito com a trajetória dele. Ele se projetou com a minha pré-campanha. Duque sempre foi taxativo, dizendo que não seria candidato”, afirmou. “Duque esvaziou o grupo em Serra Talhada e filou ao Podemos, inclusive o filho. Não explicou e nem teve debate comigo. Procurou Paulinho da Força e eu não sabia que ele seria candidato a prefeito”, contou.
Marília disse que, só em março deste ano, Luciano Duque a procurou para informar da candidatura e queria saber a posição do SD. Ela pediu um prazo para tratar do assunto com os demais dirigentes da sigla. Mas voltou a reclamar do afastamento do aliado. “Não estabeleceu laços comigo, lançou uma candidatura sem a presença de ninguém do partido. Isso mostra que não quer ser candidato. Entrou em rota de colisão e lançou uma candidatura de goela abaixo”, queixou-se.
A dirigente ainda revelou que Luciano Duque recusou-se a dialogar com o presidente estadual do Avante, Sebastião Oliveira, e discordou da aproximação com o prefeito do Recife, João Campos (PSB). “Ele poderia ser o candidato de João Campos, poderia ter construído essa articulação”, assinalou. “Ele poderia continuar votando com o Governo porque cada município tem a sua conjuntura”, disse Marília em outro momento da entrevista. Questionada se no dia 1º de junho estará em Serra Talhada para anunciar o apoio à prefeita Márcia Conrado, a ex-deputada desconversou.