Por: Guilherme Anjos
Do Diario de Pernambuco
As eleições municipais no Recife chegaram ao fim logo no primeiro turno, com a reeleição do prefeito João Campos (PSB). Com os palanques desmontados, já é possível saber quanto os candidatos arrecadaram durante os meses de campanha, e quanto foi gasto por cada um.
O Diario de Pernambuco levantou os dados de arrecadações e despesas registrados por todos os oito prefeituráveis da capital pernambucana junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na plataforma de transparência DivulgaCandContas. Todos os candidatos foram limitados por um teto de gastos de R$ 9.776.138,29.
João Campos (PSB)
O candidato vitorioso foi o campeão de arrecadação e despesas no pleito deste ano. Campos recebeu um total de R$ 9.671.500 (nove milhões, seiscentos e setenta e um mil e quinhentos reais) do fundo especial dos diretórios nacional e municipal do PSB.
Ao longo da campanha, o prefeito gastou R$ 9.025.363,66 – quase todo o valor arrecadado. Destas despesas, 99,28% já foram pagas.
Seus maiores gastos foram com material gráfico e produção audiovisual. A principal empresa responsável pela produção de santinhos, bandeiras e afins representa 16% das contratações da campanha do prefeito, um valor total de R$ 1.470.415,00.
Já sua produtora de filmes mais acionada recebeu R$ 1.301.000,00 – 14% das despesas.
Gilson Machado (PL)
O segundo colocado na disputa pelo executivo do Recife recebeu R$ 6 milhões do fundo especial do diretório nacional do Partido Liberal (PL). Deste valor, gastou R$ 5.515.577,95 ao longo do período eleitoral, sendo R$ 205 mil em doações para outras campanhas. De acordo com dados registrados no DivulgaCand, 88,07% das despesas foram pagas.
O maior gasto de Machado foi com assessoria de comunicação. A empresa do setor que mais prestou serviços ao candidato recebeu R$ 1.307 milhão – 24% do seu valor arrecadado.
Outro grande gasto do prefeiturável derrotado foi com produção audiovisual. Sua principal produtora de filmes recebeu R$ 616.666, que representa 11% das despesas de campanha.
Dani Portela (PSOL)
A terceira colocada nas eleições municipais na capital arrecadou R$ 1.437.850,00. Do valor total, 84,15% vieram do fundo especial do PSOL e 12,52% vieram do Rede Sustentabilidade, enquanto 1,76% foram doações.
A deputada estadual gastou R$ 1.188.294,98 na campanha, dos quais 79,59% foram pagos. Dentre suas maiores despesas, estão R$ 212.143,80 investidos em material gráfico (18%), e R$ 82.850 em locação de veículos (7%).
Daniel Coelho (PSDB)
O candidato da governadora Raquel Lyra (PSDB) arrecadou um total de R$ 7.800.000 para sua campanha, do fundo eleitoral do PSD. Foram gastos R$ 5.278.943,15 com contratação de serviços, e R$ 785.000,00 em doações para outras campanhas. 65,34% dos investimentos foram pagos.
Segundo colocado no pleito, Gilson Machado gastou apenas R$ 31 mil a mais que Coelho em contratação de serviços, com R$ 1.8 milhão a menos arrecadado. Já a terceira colocada Dani Portela gastou R$ 4 milhões a menos que Coelho, e arrecadou R$ 6.3 milhões a menos.
Os maiores gastos do candidato foram com produção audiovisual, representando 49.80% dos investimentos de campanha, um valor de R$ 3.019.875 distribuído entre empresas do setor.
Tecio Teles (Novo)
O quinto colocado do pleito arrecadou R$ 280.320, sendo 85,62% vindos do fundo especial do diretório nacional do partido Novo, e 14,38% fruto de doações e financiamento coletivo. Ao todo, Teles gastou R$ 235.691,72 na campanha, dos quais 99,11% já foram pagos.
Seus maiores gastos foram R$ 94.800 com prestação de serviço (40,22%), e R$ 73.184 em produção de material gráfico (31,05%).
Ludmila Outtes (UP)
A sexta colocada arrecadou R$ 40.373,33, sendo 54,57% do fundo especial do diretório nacional do partido Unidade Popular (UP), 41,42% dos diretórios estadual e municipal da legenda, e 4,01% em doações.
No entanto, nenhuma despesa foi registrada junto ao TSE.
Simone Fontana (PSTU)
A sétima colocada na disputa pela prefeitura do Recife recebeu R$ 75.480,00 do PSTU. Ao todo, gastou R$ 39.705,00, mas apenas 8,07% das despesas foram pagas segundo a plataforma de transparência do TSE.
Prestação de serviços representam 64,22% dos gastos de campanha, e serviços advocatícios, 20,15%.
Victor Assis (PCO)
O último colocado na disputa pela prefeitura não registrou arrecadação ou gastos junto ao Superior Tribunal Eleitoral.