Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Do Correio Braziliense
O Senado instaura, nesta terça-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, criada para investigar a estrutura, o financiamento e a expansão de facções criminosas e milícias no Brasil. A decisão ocorre após a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos. O colegiado contará com 11 membros titulares e sete suplentes, e deve ser uma nova fronteira de embate entre a esquerda e a direita.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), ex-delegado e autor do requerimento, é o nome mais cotado para assumir a relatoria. Nos bastidores, fala-se no nome do senador Fabiano Contarato (PT-ES), delegado aposentado, para presidir a comissão. As duas funções devem ser definidas na sessão inaugural. Outros que devem compor a comissão são os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União-PR), Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE).
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que acompanhava, nesta segunda-feira, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, afirmou que a oposição pretende impedir que o PT assuma o controle da CPI, alegando risco de interferência política.
“A oposição vai se unir. Nós estamos instalando uma nova era com a CPMI (do INSS). O povo já estava desacreditado nesse instrumento poderosíssimo. Nós vamos trabalhar para satisfazer a sociedade também com os frutos dessa CPI”, completou.
Questionada sobre se a CPI vai investigar possíveis políticos ligados ao crime, ela foi enfática e disse que sim. “Se o time que eu estou imaginando, do nosso lado, for para a CPI realmente, vai acontecer o que está acontecendo aqui. Nós vamos querer dar uma resposta”.
Segundo Alessandro Vieira, o objetivo é fazer um diagnóstico inédito sobre o funcionamento dessas organizações. “Nossa expectativa é de que a CPI consiga apontar como elas atuam, suas fontes de financiamento e as rotas de influência. É fundamental entender o que funciona e o que não funciona nas políticas de segurança em vigor”, afirmou.