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Candidatos à Prefeitura do Recife participam de sabatina na Fecomércio

Fotos: Fran Silva; Ademar Filho; Nicole Rodrigues; Reprodução/Fecomércio

Por Guilherme Anjos/DP

Os candidatos à Prefeitura do Recife Dani Portela (PSOL), Gilson Machado (PL), Daniel Coelho (PSD) e João Campos (PSB) participaram, nesta segunda-feira (23), de sabatina na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE).

Em entrevista propositiva com o economista Luiz Maia e a cientista política Priscila Lapa, os prefeituráveis voltaram a apresentar seus programas de governo para solucionar os desafios enfrentados pela capital pernambucana – em especial, sobre comércio e economia.

Confira os destaques

Dani Portela
“Existe cidade no Brasil onde os ônibus são movidos a energia solar, de forma complementar. Reduziram o consumo de combustível fóssil. Com essa tecnologia, eles têm menos poluição e conseguiram implementar a tarifa zero. Precisamos pensar em tecnologia de uma maneira que fortaleça o meio ambiente, mas também o social”.

“Desenvolvemos uma proposta que chamamos de Bom de Teto. Cerca de 43 mil imóveis estão abandonados no centro. O Bom de Teto fala em requalificar esses prédios, com exceção dos tombados. Muitos deles têm valores em dívidas maiores do que o preço de venda. E a nossa Constituição prevê que essas propriedades podem cumprir uma função para fim social”.

“É preciso segurança além da polícia ostensiva. O município tem a responsabilidade de ter uma cidade mais segura, mas entendendo que as polícias civil e militar são responsabilidade do Estado. No entanto, é possível trabalharmos em parceria. E a sensação de segurança vai aumentar quando tivermos uma cidade que socialmente não seja tão desigual”.

“Vamos criar uma Lei de proteção ao trabalhador informal para que ele possa se formalizar, com qualificação, capacitação e assistência técnica. Temos como fazer excelentes parcerias para que a população que está na informalidade possa ter garantia de um dinheiro fixo. O empreendedorismo tem sido uma grande saída. Há parcerias que já existem para pensar em cursos voltados para áreas com maior empregabilidade e retorno financeiro”.

“A burocracia é quase impeditiva. Podemos fazer isso de maneira inteligente, trazendo a tecnologia para desburocratizar para as empresas, comerciantes, fazedores de cultura para quem quer acessar editais e fomentos da Prefeitura. Tem sido uma barreira”.

Gilson Machado
“Vamos zerar a carga tributária para quem for criar novos estacionamentos, dar estímulo para os comerciantes com uma redução escalonada no ISS a partir de ‘x’ funcionários por metro quadrado. E reativar a atividade da construção civil através do aumento do coeficiente de construção, e retirar o estacionamento da cobrança”.

“Vamos reativar o Recife Antigo através de agenda cultural de segunda à segunda com artistas locais, dando vida aos bairros e à Rua do Bom Jesus. Isso está esquecido”.

“Vamos fazer uma identificação de todos os imóveis no estado de abandono, dar isenção para a recuperação. Não adianta eles terem um passivo impagável com a prefeitura se o prejuízo maior é o imóvel estar fechado, sendo invadido. Vamos reescalonar todos os débitos de quem queira fazer acordo. Quem não quiser, vamos desapropriar com justiça, um valor venal, e não um valor que não é justo para o cidadão”.

“Vamos criar a Patrulha do Zap: uma viatura com quatro motos em cada bairro, com até seis viaturas nos bairros mais populosos. Cada viatura vai ter um whatsapp e um QR code para chamar em tempo real. Vamos aumentar o efetivo da Guarda Municipal, que é menor do que a quantidade de moradores de rua no Recife”.

“Vamos contratar temporariamente a própria população para fazer a limpeza das galerias. O excesso de plástico, de sujeira, poderia estar gerando emprego para a população, levando dinheiro para a economia. Aquece todo o mercado”.

Daniel Coelho
“Recife é a única capital do Nordeste que não tem sua guarda armada. Se um estudante for assaltado na porta da escola, o segurança privado armado não pode fazer nada, ele não tem poder de polícia. O guarda municipal tem a prerrogativa legal de impedir o assalto, efetuar uma prisão. Não faz sentido contratar segurança privada gastando mais”.

“Está na nossa proposta R$ 36 milhões no primeiro ano para alugar cinco mil imóveis com a retirada das pessoas da situação de rua. Se for esperar a construção de habitacional com a fila em palafitas e áreas de risco, nunca vamos enfrentar o problema das pessoas em situação de rua. À medida que os habitacionais forem ficando prontos, vamos fazendo a troca de quem está na habitação alugada para a permanente”.

“O pequeno empreendedor muitas vezes tem impedimentos para receber o microcrédito. A lógica de Petrolina que queremos implementar aqui é o filtro pela formação no Sesc-Senac em empreendedorismo. Não adianta dar microcrédito para quem não está preparado, que pode ter seu pequeno comércio, mas não tem formação”.

“Precisamos transformar o bairro do Recife no bairro do futuro. Talvez eu não consiga embutir os fios na cidade toda, mas no bairro da Recife dá. Garantir o monitoramento por câmera em toda cidade é difícil, mas no bairro do Recife temos três entradas e três saídas. Queremos transformá-lo no bairro mais sustentável do Brasil, com 100% de lixo reciclado, 100% conectado, com wifi aberto, calçadas perfeitas”.

“Vamos resolver a burocracia da saúde com telemedicina. Você tem consulta com médico especialista. Em um primeiro contato remoto, já diz ao clínico geral qual o exame, já sai com a consulta marcada. Ele chega no especialista para iniciar o tratamento. Não estou gastando mais, contratando ninguém, mas consigo eficiência no tratamento com tecnologia já disponível”

João Campos
“Precisamos trazer as pessoas para morar no centro. Onde as pessoas estão, o comércio e o serviço estarão juntos. Precisamos reivindicar isso enquanto política nacional. É inaceitável que você não tenha um mecanismo de crédito específico para quem quer investir em área de centro histórico, habitação de interesse social, de regeneração urbana. É uma discussão para além dos limites do município”.

“Em relação ao comércio de áreas fora do centro, legislação urbanística, investimento público de melhoria da infraestrutura do entorno dos comércios, e garantia dos serviços públicos de ordenamento urbano, limpeza e iluminação”.

“Temos o compromisso de fazer mais duas mil vagas, assim como fizemos no primeiro Embarque Digital, onde juntamos empresas de tecnologia, Prefeitura e as universidades, formando o jovem dialogando com as necessidades para ele ocupar uma vaga aberta no mercado. Entre formados e estudando hoje, cumprimos o que prometemos. Na primeira turma, 60% dos formados estavam com carteira assinada na área de tecnologia no dia da formatura. Eles recebem no primeiro salário o dobro da renda da sua família. Isso muda a vida de uma família em dois anos e meio”.

“Temos um plano para ser uma cidade carbono-neutra até 2050, um inventário construído por instituições de braços ambientais da ONU. Temos crédito e investimento sendo feito para que isso seja cumprido. No BID, temos quase R$ 1,5 bilhão vinculado diretamente a eixos de resiliência climática, contenção de encostas, drenagem, urbanização integrada, abastecimento de água e saneamento”.

“Boa parte dos congestionamentos derivam de um gargalo para superar o cruzamento de um rio ou canal. Vamos fazer a ponte Cordeiro-Casa Forte, cruzando o rio Capibaribe, e criar uma nova radial, com uma ponte no Arruda, ponte em Rio Morno e o contorno de Cajueiro, para sair do Centro de Convenções até a BR-101 sem passar pela Avenida Norte ou pela Agamenon Magalhães. Estamos fazendo pontilhões em Setúbal e na rua Amélia, e um grande projeto viário no Ibura com mais de dez intervenções de obras de pedra e cal”.

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