A questão sobre segurança pública dominou as cenas políticas local e nacional, ontem. Na Assembleia Legislativa, o presidente Álvaro Porto (PSDB) desconsiderou os números que o Governo de Pernambuco apresenta para garantir a mudança prometida na proteção às pessoas. A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) divulgou nota ressaltando o avanço das facções criminosas no Estado, principalmente o Comando Vermelho e o PCC. Tanto Álvaro quanto a Adeppe reclamam da falta de pessoal para realizar as ações preventivas e tirar os criminosos de circulação. A governadora Raquel Lyra (PSD), por sua vez, reagiu à fala do presidente da Assembleia, ressaltando os investimentos, a queda da criminalidade e o respeito que se deve ter ao trabalho dos policiais que arriscam diariamente as suas vidas. No plano nacional, a mira também está voltada para o crime organizado, e a divisão de opiniões ficou evidente quanto à aprovação do Projeto de Lei Antifacção, na Câmara Federal. Depois de cinco mudanças na proposta, a maioria dos deputados deu voto favorável, porém o Governo Federal reclamou que o projeto original era melhor. Agora vai agir para o Senado mudar quase tudo novamente. Enquanto isso, a CPMI do Crime Organizado iniciou os trabalhos no Congresso Nacional. E já está preparando o calendário para ouvir os governadores. O primeiro será Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro. Raquel Lyra também será convidada, mas a data será marcada.
Impasse sobre limite
Entre auxiliares da governadora Raquel Lyra (PSD), o entendimento sobre o limite de 1,55% da Receita Corrente Líquida para emendas parlamentares não significa que seja o percentual definitivo. Consideram que é até 1,55%. E enquanto não há um acordo entre Raquel e o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), não tem votação.
Líder defende debate
Líder do Governo, a deputada Socorro Pimentel (UB) voltou a recomendar o esvaziamento do plenário da Alepe, ontem, e as PECs que alteraram trechos da Constituição Estadual e critérios das emendas saíram da pauta. Ela diz que são assuntos que precisam ser bem debatidos.
Mandato de 5 anos
O projeto de lei que unifica as eleições para todos os cargos, a partir de 2034, poderá entrar na pauta do Senado, na próxima semana. Os eleitos teriam mandatos de cinco anos. No caso de presidente, governadores e prefeitos, não haveria direito a concorrer à reeleição.
Inversão de posições
Ontem, o deputado Abimael Santos, do PL e bolsonarista, foi à tribuna da Alepe para elogiar o presidente Lula (PT) por proibir através de Lei o uso da linguagem neutra, a exemplo de “todes”. Logo depois João Paulo (PT) também foi à tribuna para criticar Lula, afirmando que, se fosse presidente da República, não teria feito isso.