A citação e a confirmação do próprio assessor especial Manoel Medeiros sobre a denúncia contra a deputada Dani Portela (Psol) colocou o Governo do Estado, realmente, no centro do furacão. A revelação do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), em discurso na tribuna, deixou a base governista atônita e sendo obrigada a prestar solidariedade à ex-líder da oposição e autora do pedido da CPI da publicidade. Ainda sem a nota de Medeiros ter sido divulgada por ele mesmo, os deputados aliados do Palácio saíam defesa da governadora Raquel Lyra (PSD), afirmando que ela não estaria por trás desse tipo de artifício. E que cabe apurar a iniciativa do assessor especial do Gabinete, tendo como saída a exoneração. O deputado Renato Antunes (PL) revelou, no microfone de aparte, que ouviu da própria Raquel que ela não faria aquilo contra Dani. À noite, Manoel Medeiros divulgou a nota, assumindo a responsabilidade da denúncia anônima contra a deputada do Psol, sem tirar uma linha das acusações de que ela pratica corrupção, ao contratar uma empresa fantasma de um parente. “O combate à corrupção está no meu DNA”, colocou o assessor especial. Dani Portela já rechaçou a acusação, dizendo que o familiar do marido trabalha e comparece diariamente no seu gabinete na Alepe. São trocas de acusações gravíssimas. Se o clima entre Governo e Legislativo já estava pesadíssimo, piorou e muito.
Preparando o calendário
O presidente da CPI da publicidade, deputado Diogo Moraes (PSB) ainda está tratando sobre onde serão feitas as reuniões e quais os dias, para não chocar com trabalho das comissões permanentes. Mas, depois do ocorrido ontem, certamente Diogo vai querer apressar o calendário. O assessor especial Manoel Medeiros já está na lista de convocados.
Drible triplo
A oposição ao Palácio do Planalto aplicou um drible triplo, ontem, ao fixar com a presidência e a relatoria da CPMI do INSS. Deixou de uma vez só os presidentes Lula (PT), Davi Alcolumbre (UB) e Hugo Motta (Rep) no chão. A ala bolsonarista é que vai dar as cartas na investigação.
Novidades eleitorais
A CCJ do Senado aprovou mudanças no Código Eleitoral: garantir 20% das vagas no Legislativo para mulheres, quarentena para militares e juízes que serão candidatos, restrições ao uso de inteligência artificial e voto impresso. Temas que renderão polêmica nos plenários do Congresso.
PCdoB promove debate
Na próxima segunda-feira, o PCdoB promoverá o Ciclo de Debates, que contará com a ministra da Ciência e Tecnologia e presidente nacional do partido, Luciana Santos; a ministra de Planejamento, Simone Tebet; o deputado federal Pedro Campos (PSB) e o ex-deputado José Dirceu (PT). Será na FCAP/UPE, no bairro da Madalena, no Recife, a partir das 19h.
