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O deputado italiano Angelo Bonelli, da Aliança dos Verdes e da Esquerda, detalhou como comunicou à polícia nacional italiana o paradeiro da deputada brasileira Carla Zambelli (PL-SP), presa nesta terça-feira (29) em Roma.
Bonelli contou que recebeu a informação sobre a localização da parlamentar às 18h40 (horário local) e, pouco depois, às 19h50, entregou os dados às autoridades. Às 21h, a polícia confirmou que Carla Zambelli estava no endereço fornecido por ele: um apartamento no bairro Aurélio, em Roma.
O parlamentar contesta a versão difundida pela defesa da brasileira de que ela se entregou voluntariamente à polícia para pedir asilo político. Ele afirmou ainda, em nota, que tem sofrido ameaças de morte por parte de apoiadores da deputada.
“Tenho recebido mensagens de ameaça nas redes sociais, inclusive de morte, em relação a este caso.”
Zambelli era considerada foragida pela Justiça brasileira desde que deixou o país, em junho, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão. A parlamentar foi sentenciada por coordenar uma invasão aos sistemas digitais do Conselho Nacional de Justiça, ao lado do hacker Walter Delgatti. A Corte também determinou a perda de seu mandato, ainda pendente de análise na Câmara dos Deputados.
A deputada deixou o Brasil no fim de maio e, nos Estados Unidos, declarou que se mudaria para a Itália, onde, por ter cidadania italiana, seria “intocável”.
“Preciso ser cidadão, agora que a Justiça e o governo tomaram uma decisão”, escreveu o parlamentar. “Cumpri meu dever como cidadão, ao contrário daqueles que, usando a cidadania italiana, se declararam intocáveis, como a própria Carla Zambelli”, reiterou Bonelli.
A prisão “é resultado de cooperação policial internacional entre a Polícia Federal, a Interpol e agências da Itália”, informou a PF. A deputada “será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”.
No fim de semana, a brasileira publicou um vídeo afirmando que vive como “exilada política” e alegando ser vítima de perseguição.
O governo brasileiro já formalizou o pedido de extradição da deputada, que também deve perder o mandato na Câmara. Caberá agora à Justiça italiana decidir se mandará Zambelli de volta ao Brasil, se ela cumprirá a pena na Europa ou se será posta em liberdade.