*Por: Hely Ferreira
Relatos históricos afirmam que foi através dos sofistas quando a atividade do ensino se tornou remunerada. Daí em diante, estudar foi se tornando algo caro.
Em um passado não muito distante, ser professor (a) no Brasil era algo visto com bons olhos, não apenas por causa do salário, mas também, pela forma respeitosa com que eram tratados os educadores. Havia imponência e respeito pelos mestres, algo quase inexistente na atualidade. Fruto de uma sociedade recheada de inversões de valores, parte dela não nutre nenhum respeito por quem se dedica ao magistério.
Na verdade, os que labutam no campo da educação, geralmente são encarados como alguém, cujo “sucesso” não costuma visita-lo.
Em uma sociedade fascinada pelo pragmatismo, dedicar-se ao ensino não soa como algo vantajoso, tanto é que o decréscimo de alunos matriculados nas licenciaturas tem proliferado e, assim, corre-se o risco, em um curto espaço de tempo, algumas disciplinas sequer terão quem as lecione nas escolas.
Observando o problema, o governo federal, recentemente, resolveu criar um incentivo para diminuir a evasão de alunos que se arriscam matricular-se em uma licenciatura. Porém, a medida não é suficiente para sanar a evasão das licenciaturas.
Acreditar que será resolvido exclusivamente pelo campo econômico é desconsiderar outros fatores que contribuem para o problema.
*Hely Ferreira é cientista político