Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Do Correio Braziliense
Morreu na madrugada desta segunda-feira (12/8), aos 96, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, ex-embaixador e ex-deputado federal, Antônio Delfim Neto. Segundo o G1, ele estava internado desde a última segunda-feira (5/8) no Hospital Israelita Albert Einstein devido a complicações em sua saúde. Ainda não há informações sobre o velório de Delfim Netto.
Delfim Netto teve mais de 55 anos de vida pública passando por cargos no Executivo e Legislativo. Economista, foi professor Emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP).
Conforme a biografia de Delfim Netto, publicada pela FEAUSP, o ex-ministro se formou nas primeiras turmas de economia na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas (FCEA) em 1951. No ano seguinte, começou a exercer função de Professor Assistente. Em 1959, tornou-se Professor Livre-Docente com a tese “O Problema do Café no Brasil” e, em 1963, recebeu o título de Professor Catedrático de Teoria do Desenvolvimento Econômico com o estudo “Alguns Problemas do Planejamento para o Desenvolvimento Econômico”.
Delfim Netto foi o primeiro ex-aluno da FEA e o primeiro economista formado depois da regulamentação da profissão a ocupar uma posição de Catedrático na Faculdade.
Em 1966, iniciou sua carreira política ao ser nomeado Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo e, no ano seguinte, assumiu o cargo de ministro da Fazenda. “Dirigiu a economia brasileira entre 1967 e 1974, nos governos Costa e Silva e Médici. Nesse período, Delfim Netto foi o responsável pelo momento da história conhecido como o Milagre Econômico“, afirma o texto da USP.
Assumiu o cargo de embaixador do Brasil na França entre 1975 a 1978. Ao retornar ao Brasil, foi nomeado ministro da Agricultura e, depois ministro do Planejamento, onde se manteve até 1985.
Durante o período da ditadura militar, em dezembro de 1968, Delfim Netto foi um dos signatários do Ato Institucional número 5, o AI5, que conferiu ao então presidente da República, Costa e Silva, o poder de intervir em estados e municípios e retirou os direitos políticos de deputados e senadores. Em entrevistas concedidas nos últimos anos, Delfim Netto afirmou que não se arrepende e assinaria novamente o AI5.
“Eu voltaria a assinar o AI-5. Eu tenho dito isso sempre. Aquilo era um processo revolucionário, vocês têm que ler jornais daquele momento. As pessoas não conhecem história, ficam julgando o passado, como se fosse o presente. Naquele instante foi correto, só que você não conhece o futuro”, afirmou Delfim Netto durante o UOL Entrevista, em 28 de setembro de 2021.