Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
O senador Humberto Costa (PT) teceu críticas ao PCdoB – partido com quem faz federação, ao lado do PV – devido a falta de transparência e ‘solidariedade’ no processo de filiação de Victor Marques (PCdoB) e sua indicação para a vice do prefeito João Campos (PSB).
“Somos uma federação. Na prática, deveria funcionar como um partido, ter relação de total transparência, solidariedade e lealdade. O PT tinha manifestado publicamente sua aspiração de ter a vice, e não é uma proposta descabida. O PCdoB deveria ter agido com a mesma transparência. Se tivesse colocado em discussão a filiação do Victor Marques, não haveria nenhum problema, não cabe ao PT questionar. Mas deveria ser objeto de debate”, disse o parlamentar à Rádio Folha, nesta terça-feira (30).
Para o parlamentar, o PT tinha uma expectativa de que os comunistas reforçassem o nome de Mozart Sales (PT) como o único da federação. “Esperávamos que o PCdoB fosse solidário com a nossa pretensão”, pontuou.
Acordo para 2026
Apesar do atrito interno e após meses de convencimento sem sucesso, o PT aceitou o nome de Victor Marques. Nos bastidores, chegou a circular a informação de que o PSB apoiaria a reeleição de Humberto ao Senado em troca da vaga na chapa.
Segundo o próprio senador, no entanto, nada foi discutido para 2026.
“Quando propusemos um nome do PT para compor a vice em Recife, não estávamos tendo como preocupação as eleições de 2026, mas de que maneira poderíamos contribuir e sermos reconhecidos pela nossa força política na capital”, disse Humberto.
“Ninguém faz acordo político para dois anos depois. Não foi feito. Em 2026, vamos analisar o cenário nacional, ouvir a posição do PT, discutir com as forças políticas de Pernambuco. Não houve esse acordo, e seria intempestivo fazer um acordo como esse”, acrescentou.
Aproximação do Palácio
Na mesma semana do anúncio de Victor Marques como vice, Humberto Costa esteve ao lado da governadora Raquel Lyra (PSDB) em mais uma agenda relacionada aos prédios-caixão.
A aproximação entre o senador e a chefe do executivo pernambucano tem sido vista como mais um passo de Raquel para se associar ao Governo Lula – uma relação que pode mudar o cenário político no estado em 2026.
Humberto confirmou que a aproximação existe, mas garante que é apenas institucional, e que o PT não deve deixar a oposição.
“Nosso partido tem uma posição, que foi tomada em 2023, de se colocar no campo da oposição, muito embora tenhamos na Assembleia Legislativa uma relação de diálogo permanente. Mas essa questão da eleição municipal não é razão para definirmos uma mudança. É verdade que a governadora tem se aproximado do governo Lula, mas não há nada que justifique agora uma discussão”, afirmou.