O deputado estadual Waldemar Borges (PSB) está apresentando Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece eleição direta para administrador do Distrito Estadual de Fernando de Noronha. O cargo comissionado é nomeado pelo chefe do Executivo Estadual, muitas vezes por indicação de partidos políticos. Na sua justificativa, Waldemar diz que a ilha precisa ser administrada por alguém que conheça verdadeiramente as suas necessidades e peculiaridades. A PEC tem apoio dos membros do Conselho Distrital, que são eleitos pelo voto direto. Em 2022, Fernando de Noronha tinha cerca 2.7 mil eleitores. A população gira em torno de 3,3 mil habitantes.
Conforme a proposta de Borges, as eleições ocorreriam na mesma data da escolha do Conselho Distrital, que se dá no mesmo dia do pleito de Governo do Estado. O mandato do administrador seria de quatro anos, no entanto a ilha não se transformaria em município, permanecendo distrito estadual. Além disso, não haveria alteração na estrutura administrativa. Para se credenciar à função, seria exigido que fosse morador da ilha há mais de dois anos.
“A alternância frequente dos administradores provoca rupturas sucessivas e isso tem sido um problema gerencial. A Ilha de Fernando de Noronha é um lugar especial, que tem as suas peculiaridades. Para conhecê-la, o administrador precisa de seis meses e às vezes ele não fica um ano no cargo. É preciso ter alguém legitimado pelo voto popular, que se preocupe com os interesses dos moradores”, defende Waldemar Borges.
O deputado disse que conseguiu 25 assinaturas de parlamentares, por isso acredita que há chance de a PEC ser aprovada. “Tenho certeza de que a Assembleia vai dar continuidade a essa causa para Fernando de Noronha viver um novo tempos”, disse Waldemar.
O presidente do Conselho Distrital, Ailton Júnior, acompanhou a apresentação da PEC e avaliou que os deputados atenderão ao desejo dos moradores de Fernando de Noronha. “Desde a reanexação do arquipélago a Pernambuco que ficou de ter eleição direta para administrador porque o atual sistema impacta muito na vida de quem mora lá. Chega administrador que não conhece nada da ilha e com pouco tempo vai embora. Há uma descontinuidade na gestão e as coisas acabam andando de forma lenta. Nos tempos de hoje não se admite ainda ter indicação política. Acredito que a Assembleia vai acatar esse nosso pleito”, disse Ailton.