O relógio da marca Rolex e algumas joias dadas de presente ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, seriam vendidos, por ordem dele, para o pagamento de multas de trânsito e de processos judiciais. Quem disse isso foi seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, que prestou depoimento à Polícia Federal, depois de ter feito acordo de delação premiada. A GloboNews teve acesso a parte do depoimento.
De acordo com as informações obtidas pela emissora, Bolsonaro quis saber de Cid o que tinha de valor mais alto, e o então ajudante de ordem disse que os relógios seriam mais fáceis de serem avaliados. Junto com o Rolex, estavam joias presenteadas pelo Governo da Arábia Saudita.
As multas de trânsito seriam referentes às motociatas que Jair Bolsonaro realizou e o processo judicial foi referente ao movido pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Quando ainda era deputado, Bolsonaro disse que não a estupraria porque ela não merecia. Esse caso foi utilizado amplamente durante as duas campanhas presidenciais que ele disputou.
Conforme o Portal UOL, que também divulgou trecho da delação premiada, Mauro Cid ainda revelou que havia um grupo radical que incentivava o ex-presidente a dar um golpe de Estado, e que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também faziam parte.