A janela para os vereadores trocarem de partidos, de olho nas reeleições, será aberta no dia 6 de março e vai até 6 de abril de 2024 em todo o País. No Recife, as movimentações estão intensas, com parlamentares decididos a fazer a mudança, e o PSB tende a ser o mais beneficiado. A sigla do prefeito João Campos tem atualmente 12 e deve receber José Neto (PRTB), Chico Kiko (Progressista), Eriberto Rafael (Progressista), a licenciada Andreza Romero (Progressista) e possivelmente Samuel Salazar (MDB), caso a sua legenda não monte chapa.
O Progressista, que tem quatro cadeiras na Câmara, também está prestes a perder a suplente Aline Mariano para o PSB. Ela ficou no lugar de Andreza, quando a vereadora titular assumiu a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais do Recife, mas retorna em abril para a Câmara. Essas perdas do Progressista fazem parte da estratégia de João Campos de dar um troco no presidente estadual do partido, deputado federal Eduardo da Fonte, depois que ele aderiu à base da governadora Raquel Lyra (PSDB). Mas a legenda pode ganhar Doduel Varela, que se elegeu pelo União Brasil (UB). Seria um reforço, porém a permanência de Victor André Gomes no UB não está garantida. Assim, o União Brasil corre o risco de ficar sem ninguém.
A federação PT/PCdoB/PV passará de 5 para 6 vereadores, com a filiação de Marco Aurélio Filho ao PV. Assim, o PRTB ficará sem representante no Legislativo do Recife. O mesmo acontecerá com o PROS, caso se confirme a ida de José Neto para o PSB. O MDB, que só tem Samuel Salazar, tentará segurá-lo. Como ainda faltam quatro meses e meio para a janela do troca- troca, é possível que o cenário mude, conforme os cálculos dos vereadores e dos partidos.
Tantas mudanças acontecem porque cada legenda tem que montar chapa proporcional própria e não é fácil achar lideranças fortes para garantir a cauda. Para piorar, o Censo do IBGE apontou redução da população do Recife e, como consequência, a Câmara Municipal perderá duas cadeiras. No ano que vem serão eleitos 37 vereadores.
Outra consequência disso será o aumento do quociente eleitoral. A previsão é que cada partido ou federação precise de 24 mil votos para eleger um parlamentar. No PSB, o cálculo é que quem obtiver 8 mil votos se elege. Na federação PT/PCdoB/PV seriam necessários 6.500.