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Reunião entre Lula e presidente do Paraguai termina sem acordo sobre Itaipu

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Do Correio Braziliense

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta segunda-feira (15/1), com o presidente paraguaio Santiago Peña, para discutir sobre a usina Itaipu Binacional, administrada pelo Brasil e Paraguai. Após o encontro, o chefe do Executivo brasileiro falou aos jornalistas e apontou “divergências” em relação à tarifa cobrada pela energia produzida pela usina hidrelétrica Itaipu Binacional. O petista emendou que vai buscar construir uma relação harmoniosa para chegar a um consenso em relação à hidrelétrica.

Lula indicou que precisará de mais uma reunião com Peña para firmar um acordo sobre a tarifa da energia gerada pela Itaipu. “Eu espero que, na próxima reunião, a gente possa dizer o que aconteceu de fato e o acordo que fizemos”, declarou. De acordo com o presidente, esse novo encontro ocorrerá “nos próximos dias”.

“Eu disse ao companheiro Peña que vamos rediscutir a questão das tarifas na Itaipu. Nós temos divergências, mas estamos dispostos a encontrar uma solução conjuntamente e, nos próximos dias, vamos voltar a fazer uma reunião”, garantiu Lula. “Eu disse ao Santiago que não é ele quem tem que vir ao Brasil. Agora é o Brasil que tem que ir à Assunção para que a gente possa continuar as tratativas para encontrar uma solução definitiva”, completou.

As divergências entre os dois países administradores da hidrelétrica ocorrem pelo Brasil querer reduzir ou manter o preço pago pela energia gerada na Itaipu, enquanto o Paraguai insiste no aumento. Em dezembro de 2023, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a tarifa provisória para 2024 em US$ 17,66 por quilowatt (kW), abaixo do valor cobrado no ano passado.

Por outro lado, Enio Verri, diretor-geral brasileiro da hidrelétrica, informou, em outubro de 2023, que o Paraguai pretendia aumentar a tarifa de serviços em, aproximadamente, 24%. O interesse dos paraguaios é que o valor fique próximo do cobrado em 2022, que era de buscar aumentar a tarifa de serviços em cerca de 24%. Os paraguaios querem que a tarifa fique próxima de US$ 20,75 por KW, o mesmo cobrado em 2022.

Esse impasse fez o país vizinho bloquear o orçamento da usina, o que dificulta o pagamento de funcionários e fornecedores. As negociações sobre a tarifa começaram em 2023 – quando o Brasil terminou de pagar o empréstimo feito para custear a construção da usina —, em meio à revisão do anexo C do Tratado de Itaipu.

A revisão está prevista no acordo firmado entre os dois países em 1973, que estabelece que, após 50 anos da construção da hidrelétrica, os termos financeiros da parceria poderiam ser reavaliados.

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