Foto: Rafael Vieira/DP
Com informações do Diario de Pernambuco
Em sua segunda agenda em Pernambuco na tarde desta quarta-feira (4), o presidente Lula (PT), ao lado da ministra da Saúde Nísia Trindade, da governadora Raquel Lyra (PSDB), e da presidente da Hemobrás, Ana Paula Rego Menezes, participou da inauguração da Fábrica de Medicamentos da Hemobrás em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco.
Atrasado e buscando economizar tempo, Lula cortou o próprio improviso para se ater ao discurso escrito sobre a importância da inauguração. “A criação desta planta não marca apenas o início da produção nacional doo parque industrial da Hemobrás, mas uma resposta completa da estratégia do desenvolvimento do complexo econômico-industrial da saúde, que lançamos ano passado, para expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS (Sistema Único de Saúde) e reduzir a dependência de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros”, disse.
O presidente aproveitou a oportunidade para defender a ciência e o SUS, se dirigindo em especial ao público jovem. “À juventude, que muitas vezes só ouve falar do SUS na televisão sobre pessoas que não foram atendidas ou alguém que morreu na fila, e não da quantidade de coisas boas que o SUS faz: é importante cada brasileiro ter ciência para ter orgulho. Não existe país no planeta Terra com mais de 100 milhões de habitantes que tenha um sistema de saúde único, universal, como o SUS. 99% dos transplantes feitos no país, inclusive por gente rica, é feito pelo SUS. E isso nunca é divulgado”, discursou.
Relembrando a agenda anterior, em Arcoverde, Sertão do estado, a governadora Raquel Lyra expressou sua felicidade em, resolvido um “roblema do século passado” como a seca no interior, poder falar do futuro da ciência e da saúde em Pernambuco. “É muito bom poder falar de futuro na Mata Norte do estado, região canavieira. Enxergar o Brasil falando com autonomia sobre produção importante do nosso completo científico, farmacêutico, industrial, a geração de emprego e renda para essa população que não tinha perspectiva, a diversificação da nossa matriz econômica. Onde temos filhos de lavradores e cortadores de cana, agora temos meninos e meninas, homens e mulheres trabalhando na indústria farmacêutica”, afirmou.
A fábrica vai produzir o recombinante Hemo-8r, medicamento usado para tratamento da hemofilia tipo A. A planta fabricará medicamentos produzidos por biotecnologia.
A novidade vai trazer benefício e qualidade de vida para as pessoas portadoras de hemofilia, condição rara, que leva a não coagulação do sangue. No Brasil, são 12 mil pessoas portadoras da doença, que dependem do remédio de uso continuado.
Com a inauguração, o Brasil passará a ter soberania no setor da indústria farmacêutica. Só na dependência de importação o Brasil vai economizar R$ 1 bilhão e com preços 30% menores para o SUS. Atualmente o Hemo-8r é produzido por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), porém com a produção brasileira, a expectativa é que haja a redução de 30% no valor do remédio.