Foto: Roberto Soares/ Alepe
O desligamento de câmeras de fiscalização voltou a ser tema de críticas, na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (28). Só que o alvo dessa vez foi a Prefeitura do Recife, porque 35% dos radares que monitoraram velocidade estão desativados desde junho de 2023 e neste mês de fevereiro. O deputado Antônio Moraes (PP) foi à tribuna questionar a gestão municipal e seus aliados, que tanto condenaram a governadora Raquel Lyra (PSDB), no entanto omitiram que o prefeito João Campos (PSB) não tomou providências para garantir o funcionamento das câmeras de fiscalização do trânsito.
Moraes ironizou os aliados do socialista, afirmando que “pau que dá em Chico, dá em Francisco”. Até porque, a Prefeitura do Recife deu a mesma explicação apresentada pelo Governo para justificar a falta de equipamentos. O processo de licitação está em curso e os radares voltarão a fiscalizar o trânsito no prazo de 90 dias.
“Embora o prefeito do Recife, João Campos, tivesse dito, à época do Carnaval, que a administração municipal traria para si a responsabilidade pela vigilância eletrônica, o que se vê agora são as câmeras e radares administrados pela PCR todos desligados por falta de licitação para que uma nova empresa assuma o serviço. E não se ouve nenhuma justificativa por parte dos deputados socialistas a respeito. “Pau que dá em Chico, também dá em Francisco”, cravou.
“O que mais se ouviu da oposição foi falar da incompetência do Governo do Estado. Coloco aqui porque seja qual for o gestor, tem que obedecer a legislação. Queria que os deputados da oposição viessem explicar. Mas não podem dizer que é por causa de licitação”, acrescentou Moraes.
O deputado alertou que, nesse período, a tendência é que aumente os casos de acidentes automobilísticos porque os motoristas deixarão de respeitar os limites de velocidade. São cerca de 100 corredores viários nessa situação, na Capital.
Estudos comprovam que a fiscalização eletrônica de velocidade reduzem os acidentes em até 40%. Isso significa menos vítimas e, consequentemente, redução de pacientes nos hospitais.
No processo de licitação, os valores para instalação dos equipamentos chegaram a R$ 8 mil por faixa. Devido a questões burocráticas, conforme a CTTU, a licitação está atrasada.
CARNAVAL
A falta de câmeras nas vias públicas, que são da responsabilidade do Governo do Estado, foram desativadas no final de 2023 e a licitação está em andamento. A oposição aproveitou o mote para atacar Raquel Lyra, alegando que a população está sem proteção nas ruas e o Carnaval seria o mais inseguro da história.
O próprio João Campos determinou a instalação de câmeras de monitoramento nos principais polos de Carnaval, alegando que estava assumindo o que o Governo do Estado não fez. Sua atitude foi apontada como uma jogada politica para se contrapor a Raquel Lyra.
Agora, os dois se encontram na mesma situação. E a população à mercê.