Inovação, tecnologia e sustentabilidade serão as palavras de ordem até sexta-feira, durante a 3ª Reunião do Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20, que iniciou, nesta quarta-feira no Recife e reúne delegações de vários países. O evento acontece no Centro Cultural Cais do Sertão, no bairro do Recife Antigo. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, abriu os trabalhos destacando a necessidade de compartilhamento entre as nações para enfrentar os desafios mundiais. A governadora Raquel Lyra (PSDB) e a vice-prefeita Isabela de Roldão (PDT) também participaram da solenidade.
Os participantes terão reuniões fechadas, nestes três dias, com foco na democratização da ciência, preservação da Amazônia, biodiversidade, transição energética, controle de pandemias e políticas de promoção da diversidade. Ao final, será apresentado um documento que possa servir de referência para aplicação de ações, não só no bloco do G20, mas em todos os países.
A ministra Luciana Santos ressaltou que o G20 representa 80% da economia mundial, daí a importância desse encontro no Recife. Ela é pernambucana, mas disse que a escolha da Capital para sediar o evento se deu por ser uma das cidades mais importantes do Brasil nos setores da inovação e tecnologia.
Na sua avaliação, a lógica do ganha ganha tem que mover a relação entre os países em defesa do planeta sustentável, no combate à fome, à pobreza e à desigualdade social. Luciana Santos salientou como exemplo de problemas climáticos a catástrofe no Rio Grande do Sul e que se reproduzem, principalmente, nos países em desenvolvimento.
“Por isso a importância da transferência de tecnologia e as ações em conjunto”, ressaltou a ministra. Ele defendeu o fim da concentração da tecnologia em poucos locais do mundo. “Não alcançaremos os desafios que temos sem ciência. Além da prevenção, precisamos ter plano de adaptação às mudanças climáticas”, cravou Luciana Santos.
A governadora Raquel Lyra também ressaltou a importância da inovação e tecnologia para alcançar as mudanças concretas que cheguem à população. E também falou sobre a tragédia no estado gaúcho, onde milhares de pessoas estão se casa, comida, saúde e precisam iniciar o processo de reconstrução.
Mas também assinalou a situação do Estado que governa. “Pernambuco é um dos estados mais vulneráveis do mundo. Dois milhões não têm acesso a água, decretamos calamidade pública na seca e, nesta época, começam as chuvas fortes. Tem ações que deveriam ser feitas há 20 anos, como as barragens, lidamos com a biodiversidade da caatinga que sofre com desmatamento e desertificação. Temos que entregar políticas reais que tratem da sustentabilidade de maneira ampla. Não adianta fazer discurso e estar na academia sem chegar à vida das pessoas”, observou Raquel Lyra.
A vice-prefeita Isabela de Roldão destacou em sua fala que a base da pauta da sustentabilidade tem que partir da igualdade de gênero. “Os cargos mais elevados no Brasil ocupados por mulheres não chegam a 5%. A igualdade é essencial e precisamos transmitir isso para as nossas meninas, para que acreditem que podem ocupar espaços de destaque. Que a gente não esqueça que a competência não seja medida pelo gênero”, ressaltou.
As delegações do G20 que estão no Recife são do Brasil, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Indonésia, Japão, México, Reino Unido, Rússia, República da Coreia, Turquia, União Europeia e União Africana. Também foram convidados representantes de Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega, Portugal e Singapura.