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A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (ADEPPE) está fazendo um alerta de que mais municípios deverão ficar sem plantão de delegados, por falta de diálogo por parte do Governo. Desde novembro, os profissionais não veem aceitando trabalhar voluntariamente através do Programa de Jornada Extraordinária (PJEs) em todas regiões. A queixa se dá porque, desde o lançamento do programa Juntos pela Segurança, não foi informado onde serão instaladas as novas unidades policiais e nada sobre a valorização da categoria.
“No final de outubro do ano passado, ficou acertado em assembleia geral extraordinária que os delegados de polícia iriam se preocupar mais com a excelência da prova (caderno policial) do que efetivamente com as metas. Então, isso iria ocasionar uma redução de 50% das metas. Aleḿ disso, ficou acordado a entrega do PJEs em janeiro, os famigerados plantões da polícia civil. Houve uma entrega em massa desses plantões, como a nova delegacia do Cabo da Mulher, assim como Caruaru e Petrolina. Então, a gente teme por uma deficiência nesse atendimento da violência doméstica pela falta de diálogo com o Governo do Estado”, diz o presidente ADEPPE, Diogo Melo Victor.
Ainda segundo a ADEPPE, a associação tem pleiteado conversas com a Secretaria de Administração e Defesa Social, inclusive por meio de ofícios, mas não tem obtido retorno. “Pleiteamos a valorização dos policiais e investimento na Polícia Civil. Queremos saber onde serão os novos complexos da Polícia Civil anunciados pelo Governo. A gente quer diálogo, mas o Governo se nega”, complementa o presidente da ADEPPE. Diego Victor ainda diz que o concurso para preencher 200 vagas da Polícia Civil está aquém das necessidades, pois a seria preciso contratar 1.400 profissionais.
Diego destaca o comprometimento do atendimento especializado às mulheres, com os plantões noturnos. Também elenca a entrega de plantões nas divisões de homicídios Norte e Sul e entregas em massa em cidades como Limoeiro, Palmares, Arcoverde e Cabrobó.
“A partir do período noturno, o atendimento da polícia judiciária será extremamente precarizado. Haverá necessidade de lotação de novos policiais. Já temos 56 delegacias sem delegado titular e isso deve aumentar em virtude da lotação dos dois delegados e a situação de férias. Tudo por conta da falta de diálogo da Secretaria de Defesa Social e da Secretaria de Administração. A gente teme efetivamente que seja um problema que pode ser arrastado até o Carnaval”, alerta Diogo Victor.